Temendo a crise que já devastou o Ministério dos Transportes, chegou ao das Cidades este fim de semana e que também está batendo à porta da Funasa, o ministro da Integração Nacional, o pernambucano Fernando Bezerra Coelho, se precaveu e convocou entrevista coletiva para esta terça-feira (2), em Brasília, para mostrar rigor na fiscalização numa das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Transposição do Rio São Francisco.
Ele resolveu se adiantar e mostrar que em sua pasta não há irregularidades.
Em Brasília, Bezerra Coelho vai anunciar que os aditivos necessários para que as obras do canal voltem ao ritmo normal não poderão passar de 25%. “Ele está sendo muito rigoroso com isso”, comenta-se nos bastidores.
O ministro também deve prometer que o ritmo das obras será retomado este mês.
Tanta precaução pode ser explicada por matéria no jornal O Globo de domingo (31).
O texto mostra que as obras de transposição já consumiram R$ 2,4 bilhões de R$ 3,5 bilhões, empenhados até junho de 2011.
O jornal diz também que dos 12 contratos, sete estão recebendo aditivos.
Quatro já foram aprovados e três estão em fase de conclusão até esta semana.
Graças a esses aditivos, a obra estará sendo encarecida em cerca de R$ 1 bilhão.
O jornal mostra ainda que até agora as obras são lastreadas em projetos básicos.
Os projetos executivos, diz O Globo, só deverão ser concluídos em setembro.
Também há informações de que dos 14 lotes de obra, quatro estão parados.
O número de empregados consequentemente caiu. em março do ano passado eram 9.600 homens trabalhando, Hoje são cerca de 4.300, a maioria do Exército.
Fernando Bezerra Coelho escalou o secretário de Infraestrutura Hídrica, Augusto Wagner (que também participará da entrevista coletiva nesta terça), para dar explicações aos pontos levantados pelo jornal.
Ele negou que haja sobrepreço nos contratos que estão sendo renegociados.
Disse que a previsão de custos aumentou por razões como expectativa de preços maiores nas licitações que ainda serão realizadas para cobrir a inflação de 39% nos custos da construção civil no período; aumento de gastos na gestão dos programas ambientais; e ampliação da quantidade de serviços, definidos a partir do detalhamento dos projetos básicos.