Por José Dirceu Uma declaração do ex-presidente Lula, de que não é contra prévias no PT, tema em discussão há vários dias, amplia hoje na mídia o noticiário sobre a realização da consulta no partido para escolha dos candidatos a prefeito na eleição do ano que vem, particularmente na capital paulista.

Prévias existem no PT e independem da vontade das direções partidárias. É um direito estatutário.

Podem deixar de acontecer por acordo político, ou por desistência do concorrente, convencido pelos números e lideranças a abandonar a idéia de realizá-la.

Mas, não podem ser impedidas.

No caso concreto de São Paulo, antes de discutir se fazemos ou não prévias, seria de bom tom ouvir o partido, ir aos diretórios zonais, debater com os movimentos, levar os pré-candidatos às bases petistas e à sociedade - ouvi-la… - conhecer seu diagnóstico sobre a cidade, o momento político e a atual crise econômica mundial.

Ampliar ao máximo essa discussão é a melhor forma de decidir.

Abrir essa discussão é a melhor forma de ouvir os cidadãos e a sociedade como um todo.

Também é importante para ouvir sobre os outros candidatos, o governo da nossa presidenta Dilma Rousseff, a gestão do prefeito Gilberto Kassab (ex-PSDB-DEM, agora PSD) e a herança de José Serra (PSDB).

José Serra, prefeito da capital por um ano e quatro meses (janeiro-2005/abril-2006) e governador do Estado por três anos e quatro meses (janeiro-2007 / abril-2010) comandou administrações cujos resultados recaem e perduram até hoje sobre a capital e o Estado.

Há tempo e forma de o partido saber se deve ou não fazer prévias, já que pretende definir e ter seu candidato a prefeito escolhido até dezembro.

E principalmente, tempo e forma dirão se somos capazes de convencer não apenas os filiados e militantes, mas os demais pré-candidatos de que não vale a pena fazer uma prévia.

Reconheço, a missão é difícil.