Por Luciano Siqueira O desenvolvimento do país é antes de tudo assunto de interesse dos trabalhadores.
Para hoje e para o futuro.
E a indústria continua sendo a ponta de lança da expansão das atividades econômicas em bases sólidas, em parelha com a agropecuária e com o setor de serviços.
Daí o crescimento econômico saudável ostentar em seus indicadores um bom desempenho industrial.
Não é exatamente o que ocorre no Brasil hoje.
A economia cresce, é verdade.
Mas há um risco real de desindustrialização, na esteira da manutenção da orientação macroecômica que implica câmbio sobrevalorizado e juros estratosféricos.
O setor industrial brasileiro, assim, perde em competitividade e dá sinais de anemia.
Nesse cenário, tem enorme importância o manifesto lançado pelos sindicatos metalúrgicos, reunidos em São Bernardo, São Paulo, em defesa da produção nacional.
Manifesto importante e oportuno, pois se dá às vésperas do lançamento, pela presidenta Dilma, do Plano de Desenvolvimento de Competitividade — conjunto de medidas de incentivo à indústria.
O crescimento das importações de produtos industrializados em contraste com as dificuldades crescentes de exportação de produtos brasileiros enfraquece esse segmento produtivo e leva à perda substancial de postos de trabalho.
Os metalúrgicos destacam corretamente no manifesto que o desenvolvimento industrial foi responsável pela recente integração de grande parte da população ao consumo, a ampliação da classe média, a urbanização e o crescimento dos demais setores econômicos.
E que em contraposição a isso, é preocupante a redução da participação da indústria de transformação no Produto Interno Bruto (PIB).
Os trabalhadores não foram ouvidos durante a feitura do Plano de Desenvolvimento de Competividade e agora reivindicam a formação de um “fórum de negociação tripartite e permanente”, destinado a elaborar iniciativas de fortalecimento da indústria e do emprego em sintomia com esse Plano.
Corretíssimo.
Se os industriais se queixam, com toda razão, é certo que têm sempre a alternativa de realocarem seus investimentos em outro setor ou no mercado de capitais.
Já aos trabalhadores resta lutar pelo incremento da produção com valorização do trabalho.
E, desse modo, combinam a defesa dos seus interesses espe cíficos com os da nação como um todo, assumindo uma posição classista.
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