João Carvalho Jornalista DRT- 2829/PE Eu nunca imaginei o quanto era forte o sentimento de constrangimento público.

Lembro de um caso com um grande amigo, que durante um jantar de aniversário com a família num restaurante importante do Recife, foi “presenteado” com a presença de um rato enorme.

O constrangimento foi maior ainda pela descortesia que o gerente do local dispensou pra ele, quando foi reclamar.

Eu não conhecia esse sentimento de uma forma tão forte até a madrugada do sábado passado, 23 de julho.

Volta de um jantar em família com minha esposa, quando fomos parados numa blitz do Detran-PE numa rua de Boa Viagem.

Minha esposa, que estava dirigindo e não tinha consumido uma gota de bebida alcoólica, foi questionada para fazer o exame com bafômetro e acatou, saindo do veículo para fazer o tal exame.

Antes os agentes solicitaram, via rádio, para a “central” deles que fosse verificado se havia alguma pendência do veículo.

Foi aí que começou nosso tormento.

A central informou que constava sim o atraso no pagamento de licenciamento.

Só que não estava, estávamos em dia com nossas obrigações junto ao Detran-PE.

Mesmo informando isso e pedindo para ir pegar o tal documento em casa, porque os funcionários do Detran-PE não tiveram a competência de registrar no sistema o pagamento, foi negado. “O seu carro vai ser rebocado e ponto final”, informou um agente.

Perguntei o nome dele , mas se negou e disse apenas que “meu nome é Santos e a minha matrícula vai na sua multa”, num tom de arrogância, desprezo, falta de educação e se trancando dentro de um carro do órgão.

Enquanto preenchia a multa, trancado dentro do carro e sem querer nem conversar, fomos testemunhas das ironias deste senhor.

Por conta da incoerência e falta de tato no trato com os cidadãos, os agentes do Detran-PE impediram que nós pudéssemos sair de casa no final de semana, já que o carro foi levado para um galpão qualquer do Detran-PE .

Minha esposa ficou o resto do final de semana nervosa, chorando o tempo inteiro, raiva da maneira como fomos tratados, mesmo estando certos.

Foi gasto dinheiro e tempo do Estado, dinheiro pago pelos cidadãos corretos e honestos como nós.

Dinheiro que poderia ser investido na melhoria de algum serviço para a população.

Tudo por conta da arrogância de um agente mal preparado, mal educado e por conta de um sistema falho do Estado de Pernambuco.

Espero que esse desabafo sirva de alerta para que o dinheiro das multas aplicadas, de forma “correta” , seja usado também para cursos de qualificação e reciclagem dos profissionais do Detran-PE, principalmente os que trabalham diretamente com o público.

Os pernambucanos honestos merecem isso.

Infelizmente, desta vez, teremos de buscar através de um processo por danos morais, constrangimento e calúnia através de um processo na Justiça.

Podem ter certeza que vamos buscar.