Por Daniel Guedes foto: Mariana Araújo/Social 1 O ex-presidente Lula tem dois eventos em sua agenda nesta sexta-feira (22), segundo dia de sua visita a Pernambuco.

Esta é a primeira vez que o petista vem ao Estado depois que deixou o Palácio do Planalto. Às 10h, o ex-presidente chega ao Teatro de Santa Isabel, no Centro do Recife, para receber o título de doutor honoris causa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal Rurarl de Pernambuco (UFRPE) e Universidade de Pernambuco (UPE).

Durante seu governo, as instituições haviam aprovado a concessão das honrarias, que se somou à lista de mais de 40 entidades educacionais.

Lula, porém, decidiu só recebê-las após o término do mandato.

Saindo do teatro, o ex-presidente segue para a casa de recepções Arcádia, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

O encontro que antes seria um café da manhã restrito aos aliados do PT, virou um almoço com toda a Frente Popular.

Lula deve ficar no local até as 15h.

Em seguida vai para o aeroporto e segue para São Paulo.

O ex-presidente chegou ao Recife às 14h30 desta quinta-feira (21), em um voo comercial da Gol.

O petista, no entanto, evitou a imprensa e entrou por uma sala reservada, de onde saiu sem passar pelos jornalistas.

Recepcionaram ele o governador Eduardo Campos (PSB), o prefeito do Recife, João da Costa (PT), o senador Humberto Costa (PT), o secretário municipal de Turismo, André Campos, e o presidente estadual do PT, Pedro Eugênio.

No avião, Lula, que viajou com assessores e seguranças, foi assediado por alguns passageiros que pediram para tirar foto com ele.

Do aeroporto, Lula seguiu com Eduardo para a casa do governador, onde almoçou com ele, a primeira dama, Renata Campos, o ministro Fernando Bezerra Coelho e o ex-ministro Sérgio Rezende.

Nenhum petista compareceu ao encontro.

Humberto Costa alegou ter outro compromisso agendado anteriormente, assim como o deputado federal João Paulo.

Já o prefeito João da Costa, quando questionado se havia sido convidado, apenas sorriu e deu às costas os repórteres.

No cardápio do almoço, bode, carne de sol, peixe e sorvete de peixe.

Já o cardápio político foi mantido sob sigilo.

O ex-presidente Lula chegou ao Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, por volta das 19h30, meia hora depois do horário previsto para o concerto da Orquestra Cidadã Meninos do Coque.

Ao descer do carro, foi assediado pela população.

Beijou, abraçou e tirou fotos.

Em meio à confusão, disse com exclusividade ao Blog de Jamildo de sua felicidade de estar em Pernambuco, agora sem a faixa presidencial. “Voltar aqui é quase uma coisa natural”, afirmou.

Quando o repórter questionou sobre a crise pela qual está passando o Ministério dos Transportes, Lula foi breve. “Tem denúncia, apura, se investiga, pune quem tiver que punir e acabou”.

Já no interior do teatro, o presidente foi homenageado pelas crianças da comunidade do Coque, bairro carente onde surgiu a orquestra.

Ganhou dos garotos um troféu em forma de violoncelo, confeccionado com madeira utilizada para fabricar instrumentos musicais.

Na plateia, ficou evidente o clima tenso dos bastidores do PT.

Enquanto Lula foi ladeado pelo governador e pelo prefeito do Recife e ficou próximo aos senadores Armando Monteiro Neto (PTB) e Humberto Costa, João Paulo e Pedro Eugênio ficaram longe da “área VIP”, nas cadeiras laterais do teatro.

Em seu discurso, Lula afirmou que ainda está se acostumando com a ideia de deixar de ser presidente da República. “Quando a gente deixa a Presidência, a gente tem que desencarnar.

Eu estou num processo de desencarnação”.

OUÇA A ÍNTEGRA DO DISCURSO DE LULA: Lula destacou que este era o segundo evento em que falava em público desde que deixou a Presidência e afirmou que tem viajado muito desde o início do ano. “Mais do que quando eu era presidente”, salientou.

O ex-presidente chegou a brincar com o vexame da Seleção Brasileira no último domingo (17), quando perdeu quatro pênaltis e foi mandada de volta para casa pela seleção do Paraguai. “Qualquer um de nós, se tiver um tratamento de carinho, de amor, se tiver uma mão estendida, essa pessoa pode ser o que quiser na vida”, afirmou sugerindo que alguns se tornassem jogadores de futebol. “O Brasil está precisando de gente para bater pênalti.

Pode até botar as meninas para aprender a bater pênalti.

Não tem mais que saber jogar bola.

Se souber bater pênalti, tá contratado”, disse arrancando gargalhadas da plateia de cerca de 500 convidados.

Lula disse que agora que não é mais presidente tem ainda mais condições de ajudar os meninos da orquestra, para quem conseguiu um terreno que pertencia à Marinha, onde serão construídos uma sala de concerto e uma escola de música.

Afirmou que auxiliará mais porque é amigo do governador, do prefeito, dos dois senadores e da presidente.

Ele disse, inclusive, que recomendará a Dilma Rousseff que veja uma apresentação da Orquestra Cidadã.

Após o evento, quando se preparava para sair, voltou a falar rapidamente com os jornalistas.

Disse que a situação das candidaturas para 2012 não está complicada apenas no Recife, onde há uma disputa entre o atual prefeito e o ex João Paulo. “Se fosse só aqui no Recife a gente daria um jeito.

São quase 6 mil municípios brasileiros”.

Lula comentou também a relação da presidente Dilma com o Estado. “É a mesma coisa.

Dilma vai continuar tendo a mesma relação com Pernambuco que eu tive.

E quem sabe melhor, porque o governador pode tratar ela melhor do que me tratou”.

Antes de entrar no carro, o ex-presidente, mais uma vez, foi para o povo para fazer fotos.