Com a produção registrando 48,1 pontos e a utilização da capacidade instalada (UCI) aquém do usual, com 44,7 pontos em junho, a indústria brasileira registrou uma “evidente queda” na demanda no segundo trimestre do ano, sofrendo forte impacto.

O diagnóstico é da Sondagem Industrial, divulgada nesta sexta-feira, 22.06, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Os indicadores variam de zero a cem.

Valores acima de 50 mostram evolução positiva, estoque acima do planejado ou UCI acima do usual. “A atividade industrial está perdendo força.

Os sinais de desaquecimento existentes no primeiro trimestre se tornaram mais evidentes durante o segundo trimestre, sobretudo em junho”, assinala a pesquisa, que ouviu 1.692 empresas entre 1º e 15 de julho, das quais 915 pequenas, 535 médias e 242 grandes.

Os empresários informaram que os estoques efetivos em relação ao planejado atingiram 53 pontos, o maior valor desde 2009. “Diferentemente do primeiro trimestre, as empresas acumularam estoques durante todo o segundo trimestre”, registra a Sondagem Industrial, lembrando que tal acúmulo resultou de vendas menores do que as pretendidas.

O gerente-executivo da Unidade de Pesquisas da CNI, Renato da Fonseca, atribuiu a desaceleração da produção industrial a dois fatores principais – o aperto no crédito e a alta dos juros promovidos pelo Banco Central e a maior competição dos produtos importados, pela valorização do câmbio. “Estes dois fatores, que refletem diretamente na demanda e na concorrência com o produto nacional, levaram à perda de dinamismo da indústria”, acrescentou.