A CNI detectou insatisfação do empresariado da indústria com a margem de lucro operacional e constatou que apesar de continuar positiva, a satisfação com a situação financeira da empresa recuou. “A contínua moderação da atividade industrial e um câmbio que favorece cada vez mais os produtos importados prejudicam as condições financeiras das empresas.

Os industriais encontram-se insatisfeitos com suas margens de lucro e a satisfação com a situação financeira é cada vez menor”, atesta a pesquisa.

A Sondagem Industrial apontou novo recuo no índice de satisfação com a margem de lucro, que caiu de 46,6 pontos nos três meses iniciais do ano para 45,7 pontos no segundo trimestre. “Ao se afastar ainda mais da linha divisória de 50 pontos, o indicador registra aumento da insatisfação”, sublinha a pesquisa.

Apesar de permanecer positiva, com 51,5 pontos, a satisfação com a situação financeira caiu de 46,6 pontos no primeiro trimestre para 45,7 pontos entre abril e junho. “A satisfação diminuiu pelo terceiro trimestre consecutivo e o índice é o menor desde o terceiro trimestre de 2009”, pontua o levantamento.

A CNI informa que o aperto monetário promovido pelo Banco Central tornou o acesso das empresas ao crédito mais difícil.

O índice de acesso ao crédito atingiu 43,8 pontos no segundo trimestre, o menor valor desde o quarto trimestre de 2009.

A falta de demanda ganhou no segundo trimestre maior importância entre os principais problemas listados pelo empresário industrial. “.

Entre as pequenas empresas, esse item passou da sexta para a quarta posição entre os principais problemas.

Nas médias empresas, o registro subiu de 26,4% para 29,9% das empresas, mantendo-se na terceira posição.

O problema ganhou importância também entre as grandes empresas, passando da sétima para a sexta posição.

A maior importância do problema explicita o desaquecimento da demanda por produtos industriais domésticos”, relata a pesquisa.

Regiões e setores - De acordo com o levantamento, estão na região sul os sinais mais claros de desaquecimento da atividade industrial.

A UCI nas empresas do sul ficou em 43,7 pontos em relação ao normal e o índice de estoques atingiu 55,4 pontos, enquanto a produção registrou 45,7 pontos, decrescendo na comparação com maio.

A região foi a única que em junho reduziu o número de empregados, índice que marcou 48,5 pontos.

Após constatar que a desaceleração da indústria está mais disseminada entre os setores, com a UCI abaixo do usual em junho em 24 dos 26 segmentos abrangidos pela pesquisa, a CNI se declara preocupada especialmente com o setor têxtil. “A produção está caindo na comparação com o mês anterior desde novembro de 2010.

O número de empregados também se reduz desde janeiro.

A utilização da capacidade instalada do setor têxtil está abaixo do usual para o mês desde setembro de 2010.

Mesmo reduzindo sua produção mês a mês, a demanda é insuficiente para absorver a produção”, analisa a Sondagem Industrial.

Apesar das avaliações negativas, os empresários da indústria mostram-se otimistas nas expectativas sobre a contratação de empregados e compras de matérias-primas.

Estes índices assinalaram, em julho, 54,2 pontos e 58,2 pontos, respectivamente, mantendo praticamente os mesmos patamares de junho (54 pontos e 58 pontos).