Por Helder Lopes A paralisação de 48h que teve início na manhã dessa quarta-feira (20) na Chesf, na realidade, faz parte de uma movimentação nacional dos funcionários de todas as empresas ligadas à Eletrobras.
Os grevistas reivindicam a remarcação da última reunião com representantes da empresa para dar início à nova rodada de negociações.
Segundo José Gomes Barbosa, presidente do Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco (Sindurb/PE), a Eletrobras cancelou o encontro que aconteceria semana passada em Brasília sem dar nenhuma explicação. “Foram cinco rodadas de negociações desde 1º de Maio, e não avançamos nada.
Agora, na última, nem negociar quiseram.” Fazem parte da pauta das negociações a unificação dos benefícios para todos os funcionários da empresa e reajuste salarial em 9,70%. “A inflação de maio à maio foi de 5%, e o aumento nos lucros da empresa de 3%.
O 1,7% é o único aumento que queremos.” Barbosa contou ainda que por enquanto a paralisação não afetou os setores operacionais de geração de energia, porém antecipou que, caso a negociação não seja marcada já para a próxima semana, não serão apenas os setores de manutenção que paralisarão. “Se não remarcarem logo teremos que radicalizar.
Não queremos que a população pague o preço, por isso queremos os avanços nas negociações logo.” Outro lado O coordenador especial de relações institucionais da Chesf, Maurício Jatobá, afirmou que a empresa sempre esteve, e continua, aberta para negociar com os sindicalistas que, desde hoje pela manhã, paralisaram suas atividades.
Jatobá lembra que nos últimos anos os funcionários da hidrelétrica conseguiram grandes conquistas salariais.
A Chesf, sob orientação da Eletrobras, tem oferecido aos funcionários o reajuste do Índice de Preço para Consumo Autônomo (IPCA), de 6,51%, o que representa uma reposição da inflação entre junho de 2010 e maio desse ano.
Quanto ao cancelamento da última rodada de negociações e a demora para sua remarcação, o funcionário atribui à extensa agenda de compromissos dos diretores e dirigentes da empresa.
Jatobá lembrou ainda dos benefícios sociais que a empresa oferece a seus funcionários, como creche, recuperação de valores na compra de medicamentos e assistência às gestantes.
Finalmente, o representante da empresa tranquilizou a população quanto ao risco de um suposto apagão, caso as negociações não sejam resolvidas logo. “Não há o menor risco de corte do fornecimento de energia.
Nós e os sindicalistas sabemos disso.”