O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco realiza audiência pública com empresas e trabalhadores do polo gesseiro do sertão do estado.
O evento acontece no dia 3 de agosto, às 14h30, no Centro Tecnológico do Araripe, em Araripina.
Na ocasião, serão debatidas as condições de meio ambiente do trabalho nas empresas, com o objetivo de dar continuidade às ações na região.
Em recentes fiscalizações, o MPT verificou uma série de irregularidades nas fábricas do setor, sobretudo com relação à saúde e segurança no trabalho.
O evento será conduzido pelos procuradores do Trabalho Ulisses Dias de Carvalho e Carolina Mesquita.
De acordo com eles, a audiência pública será um momento de conscientização, em que todos os agentes da cadeia poderão contribuir com a melhoria do ambiente laboral, além de tirar dúvidas sobre a legislação.
Foram intimidadas 69 empresas, os sindicatos patronal e de trabalhadores, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, a Justiça do Trabalho, os Ministério Público e Justiça Estadual.
Ainda foram convocadas as prefeituras de Araripina, Trindade, Ipubi e entidades do Sistema S (Sebrae, Sesi e Senai).
Irregularidades Somente este ano, em diversas oportunidades em que empresas da região foram fiscalizadas, o MPT constatou descumprimento da legislação trabalhista.
Entre elas: ambientes de trabalho insalubres, banheiros escassos e anti-higiênicos, falta de equipamentos de proteção individual (EPIs), máquinas desprotegidas e inseguras.
Diante das falhas, foram sugeridos Termos de Ajuste de Conduta (TACs) e Ações Civis Públicas.
Polo Gesseiro O estado de Pernambuco é responsável por 95% do gesso consumido no Brasil.
Araripina é a maior cidade do Polo Gesseiro.
A atividade de exploração e comercialização de calcário e principalmente de gipsita, a matéria-prima do gesso, é o principal vetor econômico do município.
Estima-se que a atividade gesseira, formada por empresas de mineração, calcinação e fábricas de pré-moldados gere na região cerca de 12/15 mil empregos.
Poeira do gesso De acordo com estudo da Fiocruz, 30% da população tem queixas respiratórias, sendo a tosse a principal manifestação (28%). 43% referiram irritação na conjuntiva ocular e 37% sangramento nasal.
As principais referências de repercussões pulmonares da população exposta a poeira de gesso foram: pneumonia (27%); bronquite (14%); e Asma (10%).
A íntegra do estudo https://cpqam.fiocruz.br/bibpdf/2003medeiros-ms.pdf