Por Helder Lopes A Defesa Civil interditou ao meio-dia desta quarta-feira (20) o Edifício Ana Amélia, no bairro de Jardim Fragoso, em Olinda.

O prédio caixão começou a apresentar rachaduras há mais de um mês, e todas as 12 famílias que lá viviam já abandonaram o local antes mesmo que fossem solicitados. “A Defesa Civil esteve três vezes aqui; em todas elas, disse que o prédio tinha condições de ser habitado.

Nós, moradores, contratamos mais de seis engenheiros para vistoriarem e todos disseram que deveríamos deixar o prédio”, disse o morador Benjamin Ribeiro, que deixou o edifício ontem.

Além de homens do Corpo de Bombeiros que foram resgatar possíveis moradores que ainda não houvesse deixado o local, técnicos da Defesa Civil estiveram no prédio e decidiram interditá-lo.

Na última visita da Defesa Civil ao local, no último domingo (15), os engenheiros Wagner Rodrigues e Clóvis B.

Cavalcanti emitiram um laudo técnico citando que aestrutura encontrava-se em “condições de moradia” e precisava apenas de “alguns reparos”.

O síndico do edifício, Everaldo Santos, se diz preocupado com o destino das famílias do prédio.

Ele, por exemplo, deixou o apartamento próprio para morar numa casa alugada e, na manhã desta quarta, terminava de retirar os móveis que ficaram. “Eu, graças a Deus, consegui uma casa para alugar.

Levei tudo o que tinha de mais urgente e hoje voltei ´para pegar o resto.

Não sei como farão os outros moradores. É preocupante”.

A empresária Alessandra Cruz, que mora no térreo do edifício há 7 anos e teve janelas estouradas pelos abalos nas estruturas do prédio, além de as portas todas emperradas, contou que alguns moradores tiveram seus apartamentos saqueados. “Não basta esse problema de estrutura!

Como o prédio está praticamente vazio, na semana passada roubaram o carro de um dos que ainda estavam morando.

Sem contar nos apartamentos saqueados”.

No último domingo (17), após a rachadura da caixa d’água, até os moradores vizinhos começaram a deixar suas casas com medo de um possível desabamento do prédio, de três andares.

A Construtora Elo, responsável pela obra, recolheu materiais da estrutura do edifício, de pé há 15 anos, para fazer análise laboratorial de suas fundações.

A Defesa Civil só poderá liberar, ou não, os moradores para voltarem ao prédio com o resultado das análises, que deverá ser entregue aos moradores já na próxima sexta.

Nos arredores do Edifíco Ana Amélia outros prédios aparentam estar em péssimo estado de conservação - vários foram abandonados por seus proprietários e já ocupados por invasores.