Do R7, com Agência Brasil O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a imprensa nesta quinta-feira (14), durante o 52º Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes).
Lula afirmou que “não via a hora de falar no microfone” e exclamou: “há quanto tempo não faço um discursinho”.
Em relação à imprensa, Lula disse que a mídia tenta criar animosidades entre ele e a presidente Dilma Rousseff. - Não precisa ser especialista para saber que somos diferentes. […] O dia em que tiver divergências [com a presidenta], ela vai estar com a razão.
Lula também criticou parte da imprensa que disse que a UNE promoveu um encontro “chapa branca”, sob o patrocínio de estatais como a Petrobras, Eletrobras, Caixa Econômica Federal, além dos ministérios do Transporte, Turismo, Saúde, Esporte e Educação.
A representação estudantil também teve apoio da Prefeitura de Goiânia, do Governo de Goiás e da CNT (Confederação Nacional dos Transportes). - Na TV tem propaganda de quem? […] Para eles é democrático, para vocês é chapa branca.
O ex-presidente aproveitou para criticar jornais de grande circulação. - Alguns jornais se acham nacionais, mas os grandes [veículos] de São Paulo não chegam ao ABC.
Segundo Lula, a população sabe que não precisa mais de “intermediários” para ter acesso à informação.
O presidente da UNE, Augusto Chagas, afirmou aos jornalistas que apesar da presença de Lula, do ministro da Educação, Fernando Haddad, e dos cerca de R$ 3 milhões recebidos do governo, “ainda não contabilizados” para fazer o congresso, a entidade mantém a autonomia em relação ao governo.
Na sexta-feira (15) a UNE fará uma passeata para que os royalties da exploração do petróleo na camada do pré-sal sejam investidos em educação e atinjam 10% do PIB (Produto Interno Bruto).
O governo trabalha com a projeção de 7%.
Protesto Apesar de Lula e Haddad serem efusivamente recebidos no congresso pela maioria dos estudantes em Goiânia, houve quem protestasse contra o ex-presidente e contra o atual governo.
Para a estudante de história da UniRio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), Priscila Guedes, da corrente política Coletivo Vamos à Luta, ligado ao PSOL, o evento da UNE “serviu para fazer palco para o governo” e nada foi falado sobre o contingenciamento de verbas para a educação, na greve dos servidores das universidades federais, nas universidades públicas novas que não têm bandejão e da falta de sala de aula.