Na Folha Online Às vésperas do início do recesso parlamentar, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) usou a tribuna para fazer “uma análise do semestre” com ataques ao governo Dilma Rousseff.

O tucano afirmou que o “país quase nada avançou”, retrocedeu em áreas importantes e está “institucionalizando o Brasil do improviso”.

Aécio disse ainda que “muito poucas vezes, na nossa história recente, um governo começou de forma tão desarticulada”.

O tucano citou as duas principais crises que derrubaram os ex-ministros Antonio Palocci (Casa Civil) e Alfredo Nascimento (Transportes).

Para ele, os escândalos foram provocados pelo aparelhamento partidário. “Não há como deixar de registrar, a sequência de denúncias graves, que assolaram o governo e espantaram o país.

No escopo dela, dois ministros importantes da era Lula foram substituídos.

E o foram não porque foram cobrados pelo rigor dos instrumentos de controle e monitoramento do governo, mas pela pressão da opinião pública.

O afastamento de ambos nos remete à gravíssima questão do aparelhamento partidário.” Palocci, até então principal ministro de Dilma, deixou em junho o governo após a Folha revelar que ele multiplicou por 20 seu patrimônio em quatro anos.

Nascimento foi demitido semana passada em meio às denúncias de superfaturamento e pagamento de propina nos Transportes e órgãos ligados.

Aécio fez um afago à presidente dizendo que gestos recentes dela ajudaram a criar uma importante distensão entre governo e oposição.

Entre os retrocessos citados pelo tucano está a aprovação do RDC (Regime Diferenciado de Contratações), criado para facilitar as contratações das obras da Copa de 2014 e Olimpíada 2016. “Recuamos ainda mais no campo da transparência.

Espero que esteja errado, mas acho que nós ainda teremos dissabores.

Em todas, absolutamente todas as sociedades modernas, a transparência ou aumento, avanço da transparência vem sendo o instrumento da defesa dessa mesma sociedade.” O senador criticou a demora do governo em resolver a questão das obras dos eventos esportivos. “Em todas, absolutamente todas as sociedades modernas, a transparência ou aumento, avanço da transparência vem sendo o instrumento da defesa dessa mesma sociedade.

Aqui estamos fazendo o caminho contrário e sob o argumento de que temos muita pressa, como se tivéssemos descoberto agora, este ano, nos últimos meses, que sediaremos a Copa e a Olimpíada.” E completou: “Desde 2007 sabemos a responsabilidade que temos em relação à Copa do Mundo, portanto, não há explicação razoável sequer que justifique o apreço, que justifique o açodamento do governo para transformar ou para modificar os ciclos processuais atuais”.