O diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, admitiu nesta terça-feira (12) que o órgão cometeu muitos erros, mas tem mais acertos do que falhas nos 1.156 contratos de obras rodoviárias sob sua responsabilidade.

Ao depor por mais de cinco horas no Senado, ele disse que, numa demonstração de reconhecimento dos “graves problemas” nas licitações, buscou respaldo para suas ações nos órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria Geral da União (CGU).

Palavras na boca da presidente Dilma O diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, atribuiu a uma distorção da revista Veja a informação de que a presidente Dilma Rousseff considera fora de controle a evolução dos gastos com obras a cargo do Dnit.

Segundo a revista, a presidente disse em reunião que o Dnit precisava de “babás”. - Foram colocadas palavras na boca da presidente Dilma Roussef - afirmou Pagot, ao responder questionamentos do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), um dos requerentes da audiência pública que se realiza desde as 9h10 nas comissões de Infraestrutra (CI) e de Fiscalização e Controle (CMA).

Pagot relembrou a reunião com Dilma, e argumentou que as obras do Dnit aumentaram de valor devido à ampliação dos projetos.

Para ele, parte das denúncias da revista Veja se baseia em “invencionices e factóides”.

No que se refere a transferências ilegais de recursos para o Partido da República (PR), ao qual é filiado, Pagot garantiu que a agremiação não utilizou o Dnit para “buscar dinheiro” O diretor do Dnit ressaltou ainda que o Dnit é “extremamente fiscalizado, extremamente controlado”. - De 2009 para cá, foi estabelecida uma rede de controle que une a Polícia Federal, o Ministério Público Federal, a Controladoria-Geral da União e o Tribunal de Contas da União, que vão fazer não mais a auditoria, mas a investigação das obras - disse.

Vítima de falsas insinuações O diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, disse nesta terça-feira, em audiência no Senado, que a imprensa é responsável por “falsas insinuações” a seu respeito.

Uma delas é a de que todas as obras tocadas pela estatal eram aprovadas antes pelo Ministério do Planejamento, chefiado por Paulo Bernardo, hoje ministro das Comunicações.

Um dos requerentes da audiência pública, o senador Blairo Maggi (PR-MT) assinalou que a mudança de escopo (amplitude) de uma obra é muito diferente do superfaturamentos.

De acordo com o parlamentar, enquanto o primeiro teria o aval do governo, o segundo seria feito de forma ilegal.

Pagot é ouvido em audiência conjunta das comissões de Serviços de Infraestrutura (CI) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).

A reunião é conduzida pela presidente da CI, senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO).

Doadores de campanha não foram beneficiados em aditivos de obras O diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, voltou a negar as denúncias de irregularidades no Ministério dos Transportes.

Ele participa neste momento de audiência pública no Senado.

Após ser questionado pelo senador Alvaro dias (PSDB-PR), que afirmou que “há uma coincidência no fato de que os maiores doadores de campanha são os principais beneficiados em aditivos relacionados a obras”, Pagot respondeu que nega “veementemente” essas acusações. - Não há essa relação no Dnit - declarou ele.

Pagot disse que “há uma grande confusão entre o que significam aditivos, reajustes e mudanças de escopo”.

E também ressaltou que “empresas com maior volume de obras podem vir a ter aditivos”.

Para Alvaro Dias, “afirmar que não há superfaturamento de obras no Ministério dos Transportes é subestimar a inteligência das pessoas, pois há um superfaturamento brutal”. - Uma obra de 17 km não pode custar mais de 300 milhões de reais - frisou o parlamentar.

O senador sugeriu que se comparem os preços praticados por esse ministério com os preços praticados, por exemplo, nos estados ou no exterior.

Mais de 20% dos custos das obras estão vinculados às exigências em licitações Segundo o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, mais de 20% dos custos de obras no Brasil estão vinculadas a novas exigências legais nas licitações, principalmente adequações ambientais.

Pagot participa de audiência pública no Senado. - Esses licenciadores fazem tantas exigências que muitas vezes elas até influem no traçado da rodovia - disse o diretor-geral do Dnit, ao responder indagações de senadores.

Pagot disse também que, na sua gestão, o Dnit diminui os problemas de licitações, reduzindo de 12 para quatro meses tempo gasto no processo licitatório, o que teria contribuído para que várias obras do PAC estejam em fase de finalização.

O diretor do Dnit afirmou ainda que levantamento de 2010 mostra que 35% das rodovias do país estão em bom estado, 50% em estado satisfatório e 25% em insatisfatório, mas assinalou que seria necessário investir aproximadamente 30 bilhões por ano durante 8 anos para recuperar a malha rodoviária brasileira.