Pesquisa da Fiocruz revela que cidade é uma das cinco do País onde mais se usa a substância.
Município vai ganhar novo plano para ajudar no tratamento de dependentes No JC de hoje Depois de figurar entre as cidades mais violentas do País durante vários anos, o Recife agora é um dos primeiros municípios do ranking brasileiro de número de dependentes de crack.
Pesquisa da Fiocruz que deve ser divulgada oficialmente somente no fim do mês, coloca a capital pernambucana entre as cinco localidades onde mais se consome esse tipo de droga.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), o Ministério da Saúde já tem esses dados e escolheu as cinco cidades do topo da lista – Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Distrito Federal, além do Recife – para ser implantado plano-modelo de enfrentamento ao crack, financiado pelo governo federal.
A pesquisa identificou, na capital pernambucana, pelo menos 500 cenas de uso de crack.
Segundo a gerente de Atenção à Saúde Mental da SES, Marcela Lucena, que participou de reunião com representantes do Ministério da Saúde na última terça, isso significa que os pesquisadores identificaram 500 locais onde a droga é consumida. “São praças e na praia, por exemplo.
Em São Paulo, existe um grande local, que se chama Cracolândia.
Aqui a pesquisa identificou diversos locais”, explicou.
Os dados da pesquisa, realizada em Pernambuco pelo Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, começam a ser divulgados pouco mais de um ano depois do governo do Estado lançar o Plano de Enfrentamento ao Crack, que reúne ações em 14 secretarias.
De acordo com Marcela Lucena, o governo federal está reformulando o seu plano, também lançado ano passado, e vai fazer mudanças em cima desse novo planejamento. “Esse novo plano vai trazer algumas novidades, como os fortalecimentos da qualificação e do financiamento”, destacou a coordenadora da SES.
O novo plano do governo federal para o Recife deve começar a ser implementado até o fim de agosto.
Na primeira reunião do projeto, no início da semana, participaram representantes da SES, Secretaria de Saúde do Recife, Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e do Ministério da Saúde.
Em rede nacional, PE diz que ajudará o Brasil a combater o crack No site do PSB O plano de enfrentamento ao crack do Governo de Pernambuco vai ajudar a nortear as ações de combate à droga que serão anunciadas pelo Governo Federal no final deste.
A notícia foi dada nesta semana pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante reunião com o governador e presidente Nacional do PSB, Eduardo Campos, em Brasília.
Nos dias 13 e 14, equipes dos ministérios da Saúde, Justiça e Assistência Social, entre outros, estarão no Recife para uma série de reuniões com representantes das dez secretarias estaduais envolvidas no Plano de Ações Sociais Integradas de Enfrentamento ao Crack lançado em maio do ano passado.
O modelo de repressão ao crack desenvolvido pelo Governo de Pernambuco servirá de exemplo para os demais estados da federação. “Pernambuco é o primeiro estado ouvido por nós por reconhecemos o trabalho de articulação intersetorial feito pela administração estadual e pelos resultados das ações já em andamento no Estado”, disse Padilha, lembrando que a questão do crack foi amplamente destacada pela presidente Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral do ano passado e uma das prioridades da atual gestão. “Fiquei muito feliz de poder ser chamado pelo Governo Federal através das experiências de Pernambuco no enfretamento dessa epidemia gravíssima do crack, que está destruindo a vida de muitos jovens e de muitas famílias”, agradeceu Eduardo.
Após o encontro com o ministro, o governador informou que a presidenta Dilma deverá lançar em agosto um plano nacional no cuidado aos dependentes da droga, mas antes disso ajudará o Estado na “ampliação dos leitos de hospitais, na retaguarda de comunidades terapêuticas e na estruturação de um programa de proteção às vítimas do crack”.
O trabalho articulado entre a União e os governos estaduais, para Eduardo, age “de forma severa” no combate tanto do tráfico, como ajuda a salvar àqueles que caíram diante do vício.
Uma sugestão apresentada pelo governador ao ministro foi a transformação dos espaços, onde funcionavam os antigos manicômios, em novos centros de acolhida de dependentes químicos. “Faríamos uma ampla adequação desses espaços para que possamos receber mais pessoas.
As fazendas e centros de acolhida existentes hoje são espaços pequenos, que não atendem toda a demanda”, explicou o socialista.
O treinamento de ex-usuários nos quartéis das forças armadas brasileiras também foi apresentado pelo governador Eduardo Campos como sugestão. “Lá eles teriam noções de disciplina e hierarquia, ao mesmo tempo em que poderiam praticar atividades físicas.
Tudo isso ajudaria a mantê-los “limpos”, defendeu.
Os secretários estaduais Antônio Carlos Figueira (Saúde) e Laura Gomes (Desenvolvimento Social e Diretos Humanos) também participaram da audiência na sede do Ministério da Saúde.
PIONEIRISMO – O Plano de Ações Sociais Integradas de Enfrentamento ao Crack vai receber R$ 40 milhões em investimentos até 2014.
Contém 18 temas principais e um conjunto de iniciativas nas áreas de prevenção, repressão qualificada, acolhida dos dependentes, tratamento e inclusão sócio-produtiva.
Em menos de um ano, cinco novos centros de atendimento aos usuários de drogas foram abertos e outros seis consultórios de rua foram montados.
O número de leitos voltados para desintoxicação de usuários pulou de sete para 72.
Cerca de dez mil profissionais foram capacitados e seis conferências regionais foram realizadas para discutir a questão.