No R7 O PSOL deve entrar ainda nesta quinta-feira (7) com uma representação no Conselho de Ética contra o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, que pediu demissão ontem do cargo após denúncias envolvendo a pasta e seus familiares.

O pedido de abertura de investigação, assinada pelo líder do PSOL no Senado, Randolfe Rodrigues (MA), pode levar à cassação do mandato de senador, que Nascimento deve reassumir com sua saída do governo.

Rodrigues argumenta que, mesmo fora do Senado, Nascimento quebrou o decoro parlamentar. - Ele é senador.

Estava licenciado das atividades do Senado.

E a conduta ética do parlamentar é tão ou mais rigorosa que de qualquer membro de qualquer um dos outros Poderes, do Executivo ou Judiciário.

Para fundamentar o pedido, Randolfe deverá juntar reportagens dessa semana que levaram à queda da cúpula dos Transportes e depois do próprio ministro.

Ele falou em “malversação de recurso público” e “corrupção” para motivar sua decisão.

A primeira reportagem, da revista Veja, denunciava um suposto esquema de pagamento de propina e direcionamento de licitações em obras de rodovias e ferrovias contratadas pela pasta.

Ontem, o jornal O Globo mostrou investigação do Ministério Público Federal no Amazonas de possível enriquecimento ilícito do filho de Nascimento, Gustavo Pereira.

Sua empresa, a Forma Construções, aumentou seu capital em 86.500%, passando de R$ 60 mil para R$ 52,5 milhões em menos de dois anos.

Ao pedir demissão à presidente Dilma Rousseff na tarde de ontem, Nascimento divulgou nota se disponibilizando a prestar esclarecimentos junto à Procuradoria-Geral da República sobre sua gestão nos Transportes, com abertura de seus sigilos bancário e fiscal.

Após as primeiras denúncias, no início da semana, Nascimento negou, em nota, que tenha autorizado qualquer “ato político-partidário envolvendo ações e projetos do Ministério dos Transportes”.