No R7 As Comissões de Transportes, Trabalho e Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados aprovaram nesta quarta-feira (6) convite para o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, dar explicações sobre as denúncias de cobrança de propina e superfaturamento em obras da pasta.

A audiência deve acontecer na próxima terça-feira (12).

Os requerimentos contaram com o apoio da base aliada e do próprio partido do ministro, o PR.

A estratégia é que Nascimento preste os esclarecimentos para tentar se desvincular das denúncias.

Quatro integrantes da cúpula do ministério foram afastados de suas funções.

A oposição cobra que o ministro também seja afastado e pediu que a Procuradoria-Geral da República investigue as denúncias.

No Senado, a Comissão de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle também aprovou na última terça-feira (5) o convite para ouvir o ministro e a cúpula ddos Transportes.

O requerimento foi apresentado em conjunto pelos senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Pedro Taques (PDT-MT).

O senador Blairo Maggi (PR-MT), que integra o mesmo partido do ministro, também apresentou requerimento e disse que a ida de Nascimento ao Senado foi previamente acordada.

Aos senadores, Alfredo Nascimento deverá defender que não houve qualquer superfaturamento nos contratos de obras do Dnit como foi apresentado pela revista Veja na edição desta semana.

De acordo com a reportagem, empreiteiras pagariam 4% para ganhar as licitações; as consultorias, que fazem os projetos, passariam 5% do valor do contrato.

As denúncias já custaram o cargo de quatro funcionários de Nascimento.

Os afastamentos foram determinados pela presidente Dilma Rousseff no sábado (2).

Nesta terça (5), o Diário Oficial da União noticiou as demissões de Mauro Barbosa da Silva, que era chefe de gabinete da pasta, e Luís Tito Bonvini, um dos assessores do ministério.

Enquanto não começam as investigações, já pedidas inclusive pela presidente Dilma, o próprio ministro determinou a suspensão de todas as licitações em curso no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e na Valec, órgãos que são alvos das denúncias de corrupção divulgadas.

Segundo nota divulgada pelo ministério, a suspensão vale por 30 dias e atinge todos os procedimentos de projetos, obras e serviços de engenharia, bem como aditivos com impactos financeiros nas estatais.

Paralelamente, a oposição apresentou, também nesta terça, uma representação na PGR (Procuradoria-Geral da República) para pedir a abertura de inquérito policial a fim de investigar a cúpula do PR e funcionários do Ministério dos Transportes.