O governo federal gastou R$ 14,4 milhões para bancar procedimentos médicos e internações de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) que já estavam mortos.
Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) identificou 9 mil casos de pagamentos indevidos em todo o País entre junho de 2007 e abril de 2010.
Outros 860 procedimentos, referentes a pacientes que morreram durante o período de internação foram pagos, de acordo com o portal Estadão.com.br.
O relatório do TCU mostra que boa parte das hospitalizações ocorreu, mas em períodos diferentes do informado no boleto de cobrança.
A estratégia seria usada por administradores de hospitais para driblar o limite de reembolso mensal fixado pelo governo.
Atingido o teto, eles empurravam as cobranças para o mês seguinte, modificando, assim, a data dos procedimentos.
Os casos somente foram identificados por causa da incoerência entre datas dos procedimentos e da morte dos pacientes.
Por isso, o relator do processo, ministro José Jorge, alerta que o problema ainda pode ser ainda maior, porque não são considerados dados de pacientes que sobreviveram.
Os hospitais apresentaram uma justificativa para a cobrança.
Segundo eles, isso ocorreria em razão da entrega antecipada de medicamentos em lugares distantes, onde a troca de informações é demorada.
Isso faria com que, muitas vezes, a notícia da morte do paciente demorasse a chegar ao serviço de saúde, segundo o portal.