Da Agência Estado No discurso de encerramento da sessão solene no Senado de homenagem aos seus 80 anos, nesta quinta-feira, 30, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso declarou-se “muito feliz” com a carta que lhe foi enviada pela presidente Dilma Rousseff.

Para o ex-presidente, o gesto de Dilma foi de conciliação e exemplo de democracia. “(A carta) foi muito mais que um gesto político, foi um gesto para dizer: olha somos todos brasileiros, em alguns pontos temos de nos entender”, afirmou o ex-presidente.

Dilma enviou a Fernando Henrique uma carta cumprimentando-o pelo aniversário e o reconhecendo como um político que “contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica” no Brasil.

Em seu discurso, o ex-presidente admitiu que o País avançou muito em relação àquele “país pobre, doente, analfabeto, mergulhado num abismo social de diferenças de classe”.

No entanto, embora os brasileiros tenham, agora, acesso à educação e à saúde pública, o tucano advertiu que é preciso qualificar os serviços. “Temos de entrar num patamar em que não basta o acesso, falta muito para o salto de qualidade”, afirmou.

Para o ex-presidente, o Brasil ainda tem um desafio muito grande pela frente, de construir uma “sociedade mais decente”, em que o desenvolvimento sustentável alcance todas as pessoas, sem que alguns continuem sendo deixados de lado.

Por fim, Fernando Henrique declarou-se emocionado com a exibição de um vídeo feito pelo cantor e compositor Chico Buarque para sua campanha a prefeito de São Paulo pelo PMDB, transformando a clássica “Vai passar” em “Vai ganhar”.

Revelou que na época, recebeu um telefonema de Chico cantando o refrão da música para ele.

E comparou a surpresa à emoção de ter a “grande dama cênica”, Fernanda Montenegro, como mestre de cerimônias na homenagem desta quinta.