Da Agência Câmara A ausência de representantes do governo federal foi bastante criticada, inclusive por integrantes da base governista, durante a audiência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias sobre o Projeto de Lei 7376/10, do Executivo, que cria a Comissão Nacional da Verdade. “É lamentável que o Executivo não esteja aqui para debater as angústias e ouvir os lamentos dos familiares dos desaparecidos”, declarou a deputada Érika Kokay (PT-DF).

Foram convidados para o evento os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo; da Defesa, Nelson Jobim; e da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário. “Os ministros Cardozo e Maria do Rosário se dispuseram a debater o projeto, em outro momento, com os integrantes da comissão e com os familiares dos desaparecidos”, disse a presidente da comissão, deputada Manuela D´Ávila (PCdoB-RS). “Esse momento pode ser tarde demais, porque há quem queira aprovar o projeto com urgência”, alertou a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), uma das autoras do requerimento para a realização da audiência, encerrada há pouco.

Durante a audiência, foram feitos vários relatos de pessoas que tiveram familiares desaparecidos durante o regime militar (1964 a 1985).

Um dos momentos mais tensos do evento foi quando o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), entrou no local e ficou, em silêncio, entre os cerca de 100 participantes.

Ele deixou o plenário, em silêncio, após cerca de dez minutos, mas voltou em seguida para cobrar mudanças no projeto de lei.

Indicação dos integrantes Entre as críticas feitas pelo parlamentar do Rio de Janeiro ao projeto está a forma de composição da Comissão da Verdade prevista no texto enviado pelo Executivo.

Segundo o projeto, a comissão seria formada por sete integrantes indicados pelo governo.

Ele considera essa composição “comprometida” por supostamente não garantir o contraditório e ser tendenciosa.

Além disso, Bolsonaro quer ampliar as investigações para os supostos crimes de sequestro de autoridades, receptação de “dinheiro enviado por Fidel Castro” e utilização de carro bomba em ações de resistência. “Também queremos que as investigações sejam ampliadas até o ano de 2002 para que sejam investigadas a morte e a tortura do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), que foi assassinado em janeiro de 2002.