Terezinha Nunes Há pouco mais de uma semana, o estado de Pernambuco comemorou uma vitória na érea de educação.

Levantamento realizado pela Secretaria Estadual de Educação através do Idepe ( Índice de Desenvolvimento da Educação) concluiu que os alunos matriculadas nas escolas de tempo integral de ensino médio,cuja implantação foi iniciada na gestão do ex-governador Jarbas Vasconcelos, vêm conseguindo melhorar ano a ano o seu desempenho.

Em 2008 conseguiram média 3,9, em 2009 4,2 e em 2010 4,6.

Embora o MEC estabeleça que um aluno estará plenamente apto conseguindo a média 6 – algumas escolas integrais estão perto disso como a Maria Vieira Muliterno, de Abreu e Lima, cujos alunos atingiram a média 5,39 (a maior) – o fato de os estudantes das escolas em tempo integral estarem bem na frente dos das demais escolas, demonstra que a experiência vem dando certo e é a saída para toda a rede de ensino.

Para se ter uma ideia da diferença que existe hoje entre as escolas normais e as de tempo integral, no mesmo levantamento, os alunos das escolas de apenas um turno de ensino tiveram desempenho bem menor, conseguindo média 2,5 em 2008, 2,8 em 2009 e 2,9 em 2010.

No mesmo levantamento também ficou claro que as escolas semi-integrais, criadas na gestão do governador Eduardo Campos ( um meio-termo) também tiveram desempenho bem aquém das escolas em tempo integral.

Suas médias foram 2,6 em 2008, 3,0 em 2009 e 3,7 em 2010.

Nas escolas em tempo integral, como o nome indica, o estudante permanece na unidade de ensino por dois turnos e, além das aulas normais, tem atividades extra-classe.

Os professores também dedicam-se totalmente ao ensino em um único estabelecimento, fugindo de uma verdadeira maratona de ensinar em até três turnos para melhorar o salário.

Em 2003, no início da experiência, houve uma enorme reação ao projeto por parte do PT e do Sindicato dos Professores, o que acabou retardando a implantação das medidas.

A experiência, sugerida ao então governador pelo empresário Marcos Magalhães e que contou com o apoio de várias empresas privadas de dentro e de fora do estado, é hoje vitoriosa não só em Pernambuco como em estados como Ceará, Piauí e Sergipe.

Com base no modelo pernambucano, Marcos Magalhães, que preside o ICE – Instituto de Co-Responsabilidade pela Educação, foi requisitado por outros governadores para ajudar na implantação das escolas integrais em seus estados.

Além do bom desempenho apresentado no Idepe, as escolas em tempo integral trouxeram para o nosso estado outra boas novas.

O atual governador, demonstrando responsabilidade social, continuou com o modelo, embora talvez precise repensar sobre as escolas de ensino semi-integral que, pelos resultados apresentados, não estão tendo a mesma eficiência.Há que se louvar também a persistência dos prefeitos, parceiros do estado, que continuam a ajudar o funcionamento dessas escolas.

O modelo pernambucano de escolas integrais também acabou derrubando as barreiras ideológicas usadas pelo PT na época ao afirmar que o governador estava privatizando o ensino público.

Um verdadeiro absurdo que o tempo se encarregou de desmentir.

O Sindicato dos Trabalhadores na Educação de Pernambuco – Sintepe – autor das passeatas em 2003, ainda faz críticas ao modelo mas não mais se dispõe a sair pelas ruas criticando-o.

Já a deputada Tereza Leitão, na época uma adversária da proposta, foi aos jornais há uma semana demonstrar que evoluiu no entendimento sobre o assunto e, ao invés de falar em privatização, como fez várias vezes na Alepe, defendeu que a experiência não ficasse limitada a algumas dezenas de escolas, mas que fosse estendida a toda a rede.

Após todas as dificuldades iniciais, as escolas em tempo integral venceram todas as barreiras e, com isso, ganha a população, ganha a educação e ganha Pernambuco.

CURTAS Indecisão- O deputado federal João Paulo, em conversas reservadas, ainda alimenta a possibilidade de ser candidato a prefeito do Recife em 2012 e se deu um prazo: final de julho.

Carrega, porém, uma grande dúvida sobre o partido no qual deveria se abrigar.

Teme que, ficando em um partido da base governista, seja vítima do rolo compressor e acabe sem legenda.Teme também que procurando uma de oposição, tenha que se distanciar da presidente Dilma.

Pelo andar da carruagem, JP está mesmo é perdendo o timing.

Humberto- Nas cercanias do PT, embora todos trabalhem para que João da Costa se recupere e seja candidato a reeleição, andam soltas as articulações, inclusive junto ao ex-presidente Lula, para que o candidato seja o senador Humberto Costa e, em este não se viabilizando, Maurício Rands, mais do agrado do governador Eduardo Campos.

Rixas – Os desentendimentos entre o PT e o PSB que estavam contidos aos bastidores se tornaram públicos depois que Jorge Perez ensaiou uma cobrança ao governador por conta da aproximação com o PSDB e recebeu, de pronto, uma resposta contundente do deputado estadual Aluísio Lessa (PSB) que rechaçou as declarações de Perez e disse que se fosse assim o PSB tinha direito de cobrar ao PT as alianças com Collor, Sarney e Renan.

Mais claro, impossível.