Da Agência Brasil A imprensa da Itália reagiu hoje (22) à decisão do Conselho Nacional de Imigração (CNIg), ligado ao Ministério do Trabalho, de autorizar a permanência do ao ex-ativista italiano Cesare Battisti no Brasil.

A medida ainda precisa ser analisada pelo Ministério da Justiça e pela Polícia Federal.

A decisão no CNIg foi definida por 14 votos a favor, 2 contra e 1 abstenção.

Três integrantes do órgão estavam ausentes.

Os órgãos oficiais do governo italiano não se manifestaram sobre a medida.

Anteriormente, a Itália informou que iria recorrer à Corte de Haia para insistir na extradição de Battisti.

O jornal La Reppublica, um dos maiores do país, lembrou que a decisão ocorre duas semanas depois de a Suprema Corte brasileira rejeitar a extradição do italiano e autorizar sua imediata libertação.

O La Reppublica informou ainda que o CNIg é formado por representantes de vários ministérios, entidades e sindicatos, além da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Na reportagem do jornal italiano, há a informação de que Battisti tem um contrato com a editora Martins Fontes para escrever livros.

Advogados do ex-ativista afirmaram que ele pretende escrever um livro com sua história de vida.

A emissora estatal de televisão RAI informou sobre a decisão, mas ressaltou que Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos.

Na RAI, a emissora destacou que a decisão sobre a concessão do visto só ocorreu depois de três horas de debates.

Em 1988, Battisti foi condenado, à revelia, à prisão perpétua na Itália pelos assassinatos de quatro pessoas, na década de 1970.

Na época, o ex-ativista integrava a organização Proletários Armados pelo Comunismo (PAC).

Ele, no entanto, nega a participação nos crimes.

Para os italianos, ele é um criminoso comum, mas, no Brasil, é tratado como perseguido político.

Desde que foi libertado, Battisti deixou Brasília – onde estava preso na Penitenciária da Papuda há quatro anos – e está em São Paulo.

Segundo os advogados, ele quer reconstruir a vida no Brasil.