Um dos processo polêmicos que desgastaram, em 2002, a imagem do ex-ministro da Casa Civil e ex-prefeito de Ribeirão Preto Antonio Palocci (PT), voltou a andar depois de quase dois anos parado.
O famoso caso do molho de tomate com ervilhas para cestas básicas da Prefeitura de Ribeirão foi remetido para manifestação do Ministério Público, autor da denúncia.
Em entrevistas à Folha de São Paulo, Palocci negou ter havido direcionamento da licitação, mas admitiu nunca ter visto molho de tomate com ervilha no supermercado.
Em 2003, ele foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal, quando ainda era ministro da Fazenda.
Mas Palocci ainda deverá responder o processo civil, de 2007.
De acordo com informação do 2º Cartório da Fazenda Pública de Ribeirão, só faltava incluir nos autos os dados da Gesa Comércio e Representações de Alimentos - que venceu a licitação para fornecer os produtos da cesta básica ao lado da Sustentari Produtos Alimentícios - , o que só aconteceu recentemente devido a dificuldades para notificar a empresa.
O próximo passo será a analisa das contestações apresentadas pelo Ministério Público, que pode optar por acrescentar mais provas à denúncia ou apenas devolver o processo ao juiz para que seja, enfim, julgado em primeira instância.
Quando era prefeito em Ribeirão, Palocci licitou a compra de 41.787 cestas básicas por R$ 1,25 milhão; a concorrência exigia fornecimento de molho de tomate com ervilhas.
O curioso fato gerou abertura de processo criminal contra o ex-ministro, após denúncias do Ministério Público e da Câmara Municipal; a exigência das ervilhas levantava a suspeita de direcionamento da licitação.