O presidente da Câmara, Marco Maia, divulgou nesta sexta-feira nota oficial se colocando “à disposição” da nova ministra da Secretaria das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para começar as “conversas necessárias para que a articulação política entre o Executivo e o Legislativo federal prossiga acontecendo de maneira independente, respeitosa e produtiva”.

Ideli foi designada hoje para o cargo pela presidente Dilma Rousseff no lugar de Luiz Sérgio, que será o novo titular do Ministério da Pesca e Aquicultura – cargo ocupado por Ideli anteriormente.

A posse dos ministros em suas novas funções ocorrerá na próxima segunda-feira (13).

Adaptação do governo A mudança no ministério repercutiu entre as lideranças partidárias.

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP), atribuiu a troca a uma necessidade de “adaptação” do governo. “A equipe não estava muito integrada e isso resultou nessa mudança”, declarou.

Ele elogiou a escolha de Ideli Salvatti para o cargo por considerar que ela “tem enorme capacidade política”.

Teixeira declarou que a nova ministra “foi forjada em uma crise e demonstrou muita competência, evitando qualquer tipo de problema maior para o partido”.O líder se referiu à atuação de Ideli, então senadora, durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, que funcionou no Congresso Nacional em 2005.

Desarticulação da base aliada O líder do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), acredita que as recentes mudanças ministeriais demonstram “uma profunda desarticulação da base governista”.

Ele não considera que a troca de ministros seja motivo de comemoração, mas elogiou a “organização” da oposição na cobrança de explicação por parte do ex-ministro chefe da Casa Civil Antonio Palocci, cuja evolução patrimonial deu origem às mudanças ministeriais. “Estamos muito mais organizados que a base governista”, disse.

ACM Neto espera que a nova ministra desenvolva uma relação “respeitosa” com o Congresso Nacional, pautada pela institucionalidade com a oposição.

PMDB apoia nova ministra O líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), afirmou que a nova ministra terá “todo o apoio” do seu partido para resgatar a eficiência política do governo. “Entendemos que o governo está muito bem na economia e precisa melhorar a política”, declarou.

Ao comentar a atuação do ex-ministro Luiz Sérgio à frente da articulação política, o líder do PMDB disse que ele foi vítima do fato de não ter um contato direto com a presidente Dilma, uma vez que essa relação era feita por Palocci.

O líder da Minoria, deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), também comentou a mudança ministerial e manifesta a expectativa de que a “crise política” do governo “traga de volta um relacionamento de respeito do Executivo pelo Congresso”.

Esse respeito, segundo ele, seria manifestado especialmente com a redução na emissão de medidas provisórias (MPs) por parte do Executivo, que trancam a pauta de votação da Câmara e do Senado. “Desde a posse da presidente Dilma, a Câmara e o Senado estão trabalhando praticamente ao gosto do Executivo, votando MPs que tratam de temas eu deveriam ser apresentados em projetos de lei”, declarou.