Caro Jamildo, Esta semana abro espaço na minha colaboração semanal para um artigo do deputado Daniel Coelho bem pertinente sobre um tema que foi discutido na Assembleia Legislativa: o posicionamento do Governo do Estado em relação à greve da CPRH.

Acredito que este espaço destinado ao lider da oposição também pode ser fortalecido pelo posicionamento de outros integrantes do legislativo.

Deputado Antonio Moraes Lider da Oposição Por Daniel Coelho “Socialismo e Liberdade”.

O lema pelo qual foi concebido o Partido Socialista Brasileiro, que comanda o Governo do Estado de Pernambuco, está cada vez mais distante das atitudes autoritárias que presenciamos nesta gestão. É comum vermos trabalhadores participando de movimentos grevistas legítimos reclamarem da falta de diálogo com o atual Governo.

E quem já viu democracia sem diálogo?

Socialismo sem diálogo?

Liberdade sem diálogo?

Esta semana assistimos a um ato que representa, de forma concreta - literalmente, a postura do Governo com os movimentos grevistas.

A direção da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) levantou um muro de concreto no acesso dos servidores do órgão à Associação que eles mantêm há 25 anos.

Nenhum outro Governo de Pernambuco, inclusive aqueles acusados pelos gestores atuais de terem sido autoritários e anti-democratas, tem sua história manchada por uma atitude tão mesquinha e ditatorial diante de um movimento de trabalhadores. É a gestão de um partido que se diz socialista que ficará simbolizada por um muro no lugar da palavra.

Um objeto que traz em si a idéia de intolerância e segregação.

Vale registrar que os servidores da CPRH já vêm lutando, pacificamente, por melhores condições de trabalho e salariais desde o início do ano.

Realizaram seminário em dia de paralisação.

Denunciaram revezamento em computadores, falta de cadeiras e de salas e até mesmo alagamento do laboratório em dias de chuva.

Denunciaram que não dispõem de um barco para fiscalizar locais onde o acesso só é feito pelo mar, como a Área de Preservação Ambiental de Guadalupe, em Tamandaré.

E pior: a existência de pressões e constrangimentos em ambiente de trabalho, citando o fato de terem deferido mais de 30 mil licenças ambientais e aplicado menos de 3 mil multas entre 2007 e 2010. É inquestionável que há algo de errado nesta situação.

Se o Governo tem intenção verdadeira de buscar o desenvolvimento do Estado sem agredir o meio ambiente, não pode deixar seu órgão de controle e licenciamento desaparelhado, muito menos cercear a palavra de seus técnicos.

Pelo contrário: tem que apurar as denúncias e corrigir os erros.

Qual é a dificuldade que este Governo tem em aceitar a discordância? É hora desta administração se dar conta de que a liberdade de expressão não é prerrogativa de nenhum gestor, é direito constituído de todo cidadão brasileiro. * Daniel Coelho é deputado