Da Agência Senado Ao lamentar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o caso Cesare Battisti, o senador Pedro Taques (PDT-MT) afirmou nesta quinta-feira (9) que o Brasil está virando um “cafofo de criminosos”.

No dia anterior, o Supremo decidira que o italiano deve ser solto e que a decisão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva de negar sua extradição foi um “ato de soberania nacional” que não pode ser revisto. - A decisão do Supremo é lamentável.

A decisão do Supremo, com todo o respeito aos seus ministros, é teratológica, do ponto de vista constitucional - afirmou.

O senador disse Battisti, condenado na Itália por quatro homicídios, deveria ser extraditado para aquele país.

Para o senador, Lula descumpriu o tratado internacional sobre extradição assinado entre Brasil e Itália alegando que Battisti poderia ser perseguido naquele país. - Será que a Itália é a Coreia do Norte?

Será que a Itália é Cuba?

Será que a Itália é a antiga Albânia, em que existe desrespeito a direitos fundamentais?

Penso que não - declarou.

Em apartes, os senadores Waldemir Moka (PMDB-MS), Ana Amélia (PP-RS), Casildo Maldaner (PMDB - SC), Roberto Requião (PMDB-PR) e Ciro Nogueira (PP-PI) comentaram e elogiaram o pronunciamento do colega.

Também em apartes, os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e João Pedro (PT-AM) divergiram da opinião de Taques.

Ana Amélia disse que a decisão do Supremo é questionável, enquanto Suplicy afirmou ter convicção de que Battisti não cometeu os crimes pelos quais foi condenado.

Na avaliação de Maldaner, a decisão do STF foi mais política que jurídica.

E João Pedro considerou acertada a decisão tomada por Lula ao final de seu governo de manter Battisti no Brasil.

Requião afirmou que, embora os assassinatos sejam imperdoáveis, o STF realmente não tinha competências para rever a decisão do agora ex-presidente da República.

Ciro Nogueira opinou que a decisão do Supremo mancha a história do Judiciário e da diplomacia brasileiros.