Foto: Roberto Pereira/SEI/Divulgação Atualizado às 18h02 Por Daniel Guedes Em visita ao Recife, para encontro com o governador Eduardo Campos (PSB) e demais gestores de Estados Nordestinos, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, confirmou que irá multiplicar por sete o valor dos empréstimos que a instituição faz para o Nordeste.
Zoellick afirmou ainda que pretende promover um aumento nas parcerias público-privadas na Região.
A reunião começou no final da manhã desta sexta-feira (3) e seguiu com um almoço.
O presidente não especificou a que valor quer chegar, mas garantiu que a IFC (Internacional Finance Corporation), setor privado do Grupo Banco Mundial, pretende aumentar os investimentos na Região. “O nosso setor privado investiu aproximadamente US$ 400 milhões no Nordeste e também queremos aumentar esse valor.
Vou me reunir com representantes do setor privado, de infraestrutura e com o BNDES para conversarmos mais sobre parcerias público-privadas aqui no Nordeste”, garantiu Zoellick em um pronunciamento à imprensa, na escadaria do Palácio.
Campos diz que a intenção é passar de US$ 1 bilhão.
Para o setor público, Zoellick voltou a afirmar que vai proporcionar um considerável aumento no volume de empréstimos para os Governos. “Temos emprestados uma média de US$ 500 milhões por ano para o setor público, valor que deve subir para US$ 3,5 bilhões no próximo ano”, reafirmou o presidente.
Os empréstimos para políticas de desenvolvimento (DPL na sigla em inglês) são feitos de uma maneira menos burocrática, pois os governos não precisam dizer especificamente as obras que serão realizadas.
Nessa modalidade, escolhem-se áreas e governadores e Banco Mundial estabelecem metas que têm de ser cumpridas num período pré-determinado.
Eduardo vai estabelecer os projetos a partir das prioridades levantadas nos seminários do Todos Por Pernambuco, que terminaram esta semana. “Em princípio, o banco deixou aberto para as mais diversas áreas.
Os governos vão fazer as suas escolhas.
O que ficou claro é que eles têm urgência e nós temos urgência”, explicou o governador, que garantiu que os nove governadores nordestinos irão discutir juntos os projetos para que os pedidos de empréstimos sejam feitos de forma consensual.
Os governadores devem se encontrar novamente na próxima semana, no Ceará.“Nosso time vai conversar para ver se até sexta-feira (10), na reunião que vai ter no Ceará, já tem um número consensual.
Vamos trabalhar também números guarda-chuva.
Cada Estado deve mandar ao longo desta semana um número de referência para o projeto de lei, que é o primeiro passo, ao tempo que a gente entra em consenso sobre um número para cada Estado”.
Eduardo Campos disse que a atitude do Banco Mundial é um reconhecimento da boa postura do governo federal. “Isso foi possível porque o governo brasileiro tomou um gesto de pagar integralmente de maneira antecipada as obrigações que tinha com o banco, no valor de US$ 3 bilhões.
Esses US$ 3 bilhões voltam para o Brasil e voltam direcionados para o Nordeste.
Isso é muito importante para a manutenção dos investimentos nos nove Estados, nas áreas estratégicas que trabalham com o banco”, explicou o governador pernambucano.
Pernambuco tem uma carteira de mais de US$ 1 bilhão com o Banco Mundial.
Três estão funcionando e outros dois aguardam aprovação.
São empréstimos para combate à pobreza, educação, saneamento, além do Prometrópole.
Robert Zoellick fez questão de destacar várias vezes durante seu pronunciamento o papel de Eduardo na Região. “Esta foi uma parte importantíssima da minha visita ao Brasil porque eu tenho lido cada vez mais sobre o aumento na cooperação do banco com os governadores do Nordeste, onde o governador Campos desenvolve um papel fundamental e isso está mudando toda a natureza do nosso relacionamento com os Estados do Nordeste.
Nós e muitos outros estamos reconhecendo que no espectro político do Brasil há uma nova geração de líderes no Nordeste e queremos apoiá-los. É a liderança deles e o povo do Nordeste que irão fazer a diferença”.