Da Folha de São Paulo Com uma crise em sua base aliada, o governo decidiu evitar temas polêmicos no Congresso nos próximos 15 dias e sinaliza um recuo em pontos da lei anti-homofobia.

A proposta, que está no Senado, passará por modificações para atender a bancada evangélica.

Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff se viu obrigada a fazer concessões, após deputados evangélicos e católicos protestarem contra o material didático que seria distribuído pelo Ministério da Educação.

Dilma determinou na quarta-feira (25) a suspensão da produção e distribuição do kit e definiu que todo material do governo que se refira a “costumes” passe por uma consulta aos setores interessados da sociedade antes de serem publicados ou divulgados.

A manifestação ocorreu na esteira de uma reunião de Carvalho com a bancada evangélica da Câmara.

O grupo de parlamentares chegou a ameaçar o governo com obstrução da pauta no Congresso, colaborar com assinaturas para convocar o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) a se explicar sobre sua evolução patrimonial e propor uma CPI para investigar o MEC.

Depois da suspensão, a convocação do ministro Antonio Palocci (Casa Civil) para prestar explicações sobre a multiplicação de seu patrimônio deixou de ser ameaça unânime da bancada religiosa ao governo e virou “decisão de foro íntimo” para os cerca de 280 deputados federais evangélicos e católicos.