Foto: Ed Ferreira/ Agência Estado Andrea Jubé Vianna, do Estadão Em meio aos esforços para contornar a primeira grande crise entre o governo Dilma Rousseff e seus aliados, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou uma participação especial no programa institucional do PMDB, que vai ao ar nesta quinta-feira, 2 de junho.

No filme, que será exibido em cadeia nacional de rádio e tevê, Lula agradece ao partido o apoio e a participação nos três governos petistas.

Se agrada ao PMDB, a presença de Lula deixou petistas, pelo menos nos bastidores, incomodados.

O ex-presidente gravou sua aparição no último sábado, em São Paulo, depois de passar a semana em Brasília em reuniões e conversas com aliados, dedicado a desencorajar os descontentes de apoiarem a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a evolução patrimonial do chefe da Casa Civil, Antonio Palocci.

O líder do governo na Câmara, Candido Vaccarezza - que partiu para o confronto direto com peemedebistas durante a votação do Código Florestal na semana passada - disse que “acha bom” Lula aparecer no programa peemedebista, porque “o PMDB é o nosso principal aliado”.

O líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), acha “normal” a aparição de Lula entre os peemedebistas. “Tivemos uma diferença, mas isso não afeta a nossa aliança”, minimizou.

Governabilidade.

O filme apresenta o PMDB como o “partido da governabilidade”, ligado às grandes causas do País, como a campanha pela redemocratização e em defesa da liberdade de imprensa.

O partido pega carona nas bandeiras petistas, afirmando que vários programas sociais começaram no governo do ex-presidente José Sarney (PMDB) em 1985.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, aparece como responsável pela execução do programa Luz para Todos, que levou energia elétrica a milhões de brasileiros que vivem na zona rural.

Além do vice Michel Temer e do presidente do partido, senador Valdir Raupp (RO), os ministros da Agricultura, Wagner Rossi, da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco, e os líderes no Senado, Renan Calheiros (AL), e na Câmara, Henrique Alves (RN), são as estrelas do programa.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), não havia sido chamado para gravar sua participação no programa até esta segunda-feira, 30.