Fotos: Hélia Scheppa/JC Imagem Por Daniel Guedes Atualizada às 21h30 A Petróleos de Venezuela (PDVSA) tem até agosto para definir se será ou não sócia da Petrobras na Refinaria Abreu e Lima, no Complexo Industrial e Portuário de Suape, em Pernambuco.

Mas uma rápida análise de prós e contras mostra que a estatal de Hugo Chávez é totalmente dispensável à estatal brasileira.

Aliás, a participação da PDVSA encareceria em mais US$ 400 milhões de investimento.

De acordo com o diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, o empréstimo de R$ 10 bilhões tomado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) acaba em agosto.

A expectativa era de que a PDVSA arcasse com 40% do gasto, mas, por enquanto, um calote venezuelano vai se confirmando. “Não tenho novidades em relação á PDVSA.

Não temos definição se eles vão entrar ou não.

Ela não está fora, mas também não está dentro”, resumiu o diretor durante visita de jornalistas à planta industrial nesta segunda-feira (30).

Costa, no entanto, diz que não há motivo para preocupação, pois há recursos próprios para arcar com os outros R$ 16 bilhões necessários para concluir a obra.

Se a PDVSA resolver entrar no projeto e se tornar sócia do empreendimento, há um acréscimo de US$ 400 milhões, custo de um equipamento para retirada de enxofre que só será adquirido se os venezuelanos virarem sócios.

A possibilidade de parceria já encareceu o projeto, pois seria necessário separar o processamento do óleo. É preciso melhorar a qualidade do petróleo que viria da terra de Chávez, que é inferior a do proveniente do Campo de Marlim, no Rio de Janeiro. » LEIA MAIS: Petrobras busca sócios para Petroquímica Suape Mas Paulo Roberto Costa se nega a dizer que não quer a PDVSA como sócia.

Questionado sobre os prós e contras de ter ou não a empresa junto com a Petrobras na Refinaria, ele sai pela tangente. “Companheiro, essa resposta eu não vou te dar”, diz, encerrando o assunto.

A dificuldade da Petrobras para se desvencilhar da empresa venezuelana é fruto de um acordo binacional firmado entre os dois países em 2005.

OBRAS - De acordo com o presidente da Refinaria Abreu e Lima, Marcelino Guedes, hoje, 35% das obras estão prontas.

Na visita feita nesta segunda-feira, foi possível observar homens trabalhando por todos os lados, apesar da chuva.

Alguns dos 24 tanques de armazenagem já estão prontos, com direito a pintura e logo da Petrobras estampada na face externa.

Dos R$ 26 bilhões do empreendimento, R$ 7 bilhões já foram executados.

O mais recente prazo anunciado para o início das operações é primeiro semestre de 2013.

Mas o diretor de distribuição da Petrobras já comunicou a Guedes que quer ver óleo correndo nos 6,7 quilômetros de dutos ainda no final de 2012.

A terraplanagem começou em setembro de 2007.

A conclusão das obras está atrasada em dois anos por uma série de motivos, mas Paulo Roberto destacou a necessidade de refazer a maior parte das licitações, por conta de preços elevados.

Com isso, foi possível conseguir uma economia de R$ 6 bilhões.

A empresa irá produzir sete tipos de produtos. 70% é diesel.

Quando pronta, a Refinaria irá processar 230 mil barris de óleo por dia.

Com essa produção, dois de cada dez caminhões no Nordeste serão movidos por diesel de Pernambuco.