Por Adriano Oliveira – Cientista Político As pesquisas de opinião revelam que presidentes da República assumem com a confiança e a expectativa positiva dos eleitores.

Por um tempo, atores buscam mudar de partido.

Governadores elogiam o chefe do Executivo.

A imprensa aposta na reeleição do presidente.

E analistas políticos frisam que a oposição não mais existe.

Após um tempo, crises surgem e possibilitam a origem de visões pessimistas e otimistas quanto ao desempenho presente e futuro do governo.

Políticos, imprensa e analistas são costumeiramente apressados em suas análises.

A pressa sugere o erro.

Analisar fatos e prognosticar futuros plausíveis são ações que devem ser realizadas por analistas através de notícias informais ou das advindas da imprensa.

A primeira crise do governo Dilma era esperada em razão do seu estilo e da condição estrutural do seu governo.

Dilma não conversa com a base.

E nem afaga.

O PT deseja cargos e está insatisfeito com os espaços concedidos ao PMDB.

Este, por sua vez, deseja cargos.

Portanto, Dilma está entre duas espadas – o PMDB e o PT.

Outros partidos da base aliada também desejam ocupar cargos.

Portanto, Dilma, como outros presidentes, estão diante do seguinte problema: como realizar um governo eficiente, diante da voracidade por cargos da base aliada?

Palocci é uma solução para Dilma e ao mesmo tempo um problema.

Solução em virtude do seu respaldo perante os parlamentares e junto aos agentes econômicos. É verdade que alguns atores, inclusive do PT, reclamavam de Palocci.

Mas nada como um susto ou uma chamada da presidenta para ele voltar a ser humilde e atender as demandas dos atores.

Porém, neste momento, Palocci é um problema moral para o governo.

Pois, até o instante, explicações convincentes não foram dadas pelo ministro quanto às denuncias trazidas pela imprensa. É importante Dilma ficar atenta aos desdobramentos do Caso Palocci.

Pois ela pode ser atingida!

A não aprovação do Código Florestal era esperada pelo governo Dilma.

A presidenta pode não ter feito o esforço necessário para reprovar a proposta de Aldo Rebelo, pois não tinha a intenção de se apresentar junto à bancada ruralista como um entrave à expansão do agronegócio.

Por erro de avaliação, é possível que ela tenha tentado de última hora solicitar a sua frágil base aliada apoio contra Rebelo.

Mas ai já era tarde!

O fato é que Dilma não teve forte interesse de ir contra ao Código Florestal proposto.

A crise por qual passa o governo Dilma é momentânea.

Mas outras virão, as quais podem representar desdobramentos desta primeira.

Palocci, caso seja mantido num governo, é uma bomba ambulante pronta para explodir.

A base aliada é fragmentada, mas com interesse semelhante, qual seja: ocupar espaços no estado.

As eleições de 2012 provocarão atritos entre PT, PSB e PMDB.

Existe a ameaça da alta da inflação diante da expectativa de reduzido crescimento econômico.

Diante destes possíveis eventos, não recomendo que considerem Dilma favorita para ser reeleita em 2014.