Foto: Alexandre Severo/JC Imagem Por Ana Laura Farias, do Blog de Jamildo O simulado de deslizamento de barreira no Córrego do Sargento, em Linha do Tiro, ocorreu sob condições ideais, com sol forte, ônibus disponibilizados para levar a população ao abrigo simulado, na Imbiribeira, Zona do Sul do Recife.
A ação dividiu opiniões entre os moradores.
A ambulante Eliane Ferreira, 44, gritava que queria falar com o prefeito para dizer que a situação no local estava difícil. “Ele tem que saber, aqui sempre fica tudo sujo, cheio de lixo.
Aí ontem à noite eu cheguei aqui e logo na entrada, tava tudo limpo.
Eles só olham para a gente quando tem coisa assim.
Por que não vieram fazer as coisas antes de morrer gente”, reclama a moradora.
Já o padeiro Bruno Anselmo de Lima, que mora há 12 anos no local defendeu a ação. “Eu acho que é muito importante que seja feito. É um sinal de que estão olhando para a gente.
Nós já passamos por coisas muito difíceis.
Eu mesmo já ajudei gente a sair de casa quando as barreiras estavam perto de deslizar.
Acho que [a ação] vai ajudar a gente a saber o que fazer.
Vai morrer menos gente nas próximas chuvas”, diz.
As famílias recebiam os avisos por mensagem SMS.
Nem todas as quarenta receberam, mas os moradores trocavam informações sobre o aviso. “É natural que isso ocorra. É uma versão piloto.
Isso não atrapalhou a comunicação”, defende a coordenadora da Codecir, Keila Ferreira.
Quarenta famílias participaram do simulado, que recebeu a visita de representantes das defesas civis do Ceará, da Paraíba e do Rio Grande do Norte.
A simulação, proposta pela Secretaria Nacional de Defesa Civil, ocorreu simultaneamente em Salvador e Maceió.
O secretário nacional, Humberto Viana, acompanhou tudo de perto. “Nós vamos analisar os resultados nos três estados [Pernambuco, Bahia e Alagoas] e ver o que iremos manter para alçar um plano nacional”, comenta.
Os próximos estados devem ser da regiões Norte e Nordeste, além de Santa Catarina, na região Sul.
O simulado nas três capitais foi feito por meio de um convênio com o Centro de Estudos e Pesquisas sobe Desastres da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
O investimento federal para os simulados da manhã de hoje foi de R$ 200 mil.
A universidade deve entregar, em junho, à Secretaria um levantamento de históricos de desastres no Brasil nos últimos 30 anos. “A nossa prioridade é salvar vidas.
Esse treinamento serve para a nossa equipe e quem mora nos morros do Recife e vocês (população) participarem.
Isso é um exercício muito importante.
Temos que cada vez mais estar preparados”, disse João da Costa.
O encontro do prefeito com os participantes da simulação, ocorreu no abrigo da Codecir, no bairro da Imbiribeira, Zona Sul do Recife, para onde as famílias foram levadas em dois ônibus.
João da Costa não participou da primeira parte da simulação, foi representado pelo secretário de Controle e Desenvolvimento Urbano, Amir Schvartz.
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