Por Daniel Guedes O ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, afirmou a sanadores petistas nesta quinta-feira (26) que arcará com as consequências de não revelar os nomes dos clientes atendidos por sua consultoria, a Projeto.

Ele revelou ainda que no período em que atuou como consultor também fez palestras para empresas públicas, no entanto, sem cobrar pelo serviço.

Oficialmente, o almoço no Palácio da Alvorada, em Brasília, entre os parlamentares e a presidente Dilma Rousseff (PT), era para tratar do Código Florestal, matéria na qual o governo levou uma rasteira na Câmara, esta semana.

A iniciativa de falar sobre a crise envolvendo a empresa partiu do próprio ministro.

De acordo com o líder do PT, senador Humberto Costa (PE), Palocci estava “seguro e tranquilo” e as explicações do ministro foram “consistentes”, apesar de não trazerem detalhes.

Antonio Palocci voltou a afirmar que não pode revelar quem e quantos foram seus clientes, mas admitiu pagar o preço da manutenção do sigilo. “Ele disse claramente que não poderia, eticamente, falar em nome de empresas.

Disse até que arcaria com as consequências, pessoalmente, disso daí (de preservar o sigilo).

Não ia revelar nome de ninguém.

Disse que se ele próprio tivesse que responder por isso não teria problema, mas que ele não faria esse movimento de revelar nome de empresa nenhuma”, informou Humberto Costa ao Blog de Jamildo, por telefone, antes de embarcar para o Recife, no início da noite.

O ministro ainda disse aos parlamentares, segundo Costa, que fez palestras gratuitas em empresas públicas.

O tema principal das apresentações era a crise financeira de 2009 e os cenários econômicos mais adequados para investimentos. “Depois que saiu do governo, ele ficou um período fazendo uma quarentena.

Depois montou essa empresa para prestar consultoria.

A maioria dos trabalhos que ele fez foram palestras para empresas.

Todas as empresas que pagaram para receber essas palestras foram empresas privadas, embora ele tenha dito que as empresas públicas também poderiam contratá-lo e pagar.

Ele disse que fez várias palestras em empresas públicas, mas sem cobrar”, disse o senador.

Costa garantiu que os convidados do almoço se deram por satisfeitos com a explanação de Palocci. “Ele fez um relato.

Contou uma história que tem começo, meio e fim.

Tem uma consistência e parece que, ao meu entendimento, as pessoas sentiram-se razoavelmente satisfeitas.

Como ele ainda vai responder aquelas indagações do Ministério Público, a possibilidade de a gente ter coisas mais esclarecedoras ainda cresce.

Nós todos estamos aguardando a resposta que ele vai dar formalmente à Procuradoria Geral da República (PGR)”.