Eduardo Bresciani, do Estadão A Câmara dos Deputados informou que Jaqueline Roriz (PMN-DF) terá desconto em seu contracheque deste mês por ter viajado ao exterior sem ter recebido autorização da Presidência da Casa.

O desconto será relativo às sessões deliberativas realizadas nesta semana das quais a deputada não participou.

Sua assessoria afirma que Jaqueline irá recorrer administrativamente se esta medida for efetivada.

O salário de um deputado federal é de R$ 26,7 mil.

Pelas regras da Casa, 62,5% dos vencimentos são vinculados à presença nas sessões deliberativas.

Nesta semana, foram realizadas sessões de votações na terça-feira, 17, e na quarta-feira, 18.

Com isso, a deputada pode perder cerca de R$ 2 mil.

Ela é investigada no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar devido ao vídeo de 2006 no qual aparece recebendo um pacote de dinheiro do delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa.

A parlamentar afirma que o dinheiro foi usado para caixa dois de campanha eleitoral.

Nessa quarta-feira, 18, a presença da deputada era aguardada pela comissão, que tomaria seu depoimento sobre as denúncias.

Jaqueline está em Nova York desde sexta-feira passada.

Ela pediu à Comissão de Relações Exteriores para representar o colegiado no Forum Permanente de Comunidades Indígenas do Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas (ONU).

O presidente da Comissão, Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), acatou o pedido e formalizou a indicação da deputada no dia 4 de maio.

O ofício de Leréia chegou à Presidência da Câmara no dia 5, mas o presidente Marco Maia (PT-RS) viajou para a Coreia do Sul no dia 12 sem autorizar a viagem.

Sua substituta, Rose de Freitas (PMDB-ES), também se negou a deferir o pedido e o gabinete de Jaqueline foi avisado informalmente que não seria dado o respaldo para que ela representasse a Câmara.

A deputada, porém, viajou mesmo assim.

Jaqueline retornará a Brasília neste final de semana.