Por Fernando de Holanda, especial para o Blog de Jamildo Os problemas de infraestrutura urbana ameaçam seriamente o desenvolvimento econômico do Recife.

Basta uma chuva mais forte ou um acidente em uma de suas principais avenidas para a cidade literalmente travar.

Para que possamos impulsionar o atual ciclo de crescimento econômico que vivemos e garantir nossa própria qualidade de vida, é preciso desatar os nós da cidade.

E esta não me parece ser a postura adotada pela Prefeitura do Recife nos últimos dois anos.

Como não poderia deixar de ser, o trânsito é o melhor (ou pior?) exemplo dos nossos gargalos.

Ainda que a viabilidade logística da cidade não se resuma a sua malha viária, todos sabemos o quanto ela atualmente nos penaliza.

Apesar de vivermos uma incompatibilidade entre as atuais oferta e demanda rodoviária da cidade, a impressão que temos é que a Prefeitura vive de projetos milionários que nunca saem do papel, como são a Via Mangue e os corredores Norte-Sul e Leste-Oeste.

Enquanto isso, as concessionárias derramam quatro mil novos carros por mês nas ruas da cidade, que permanecem estreitas, limitadas, esburacadas, mal sinalizadas e mal fiscalizadas.

Isso sem falar no absurdo sistema de transporte público municipal, que desfila diariamente veículos abarrotados, desconfortáveis, poluentes e com tarifas que beiram a extorsão do trabalhador.

No Recife, não se ouve falar de planejamento urbano, muito menos de planejamento de trânsito.

As ações que deveriam ser racionalizadas e executadas em conjunto, parecem ser um apanhado de ideias desconexas, que visam atender a redutos eleitorais através de obras cujos processos licitatórios são, no mínimo, questionáveis.

A Prefeitura parece agir como uma criança que, sem saber como lidar com o alvoroço de uma festa de aniversário, cruza os braços e chora no canto da sala.

Enquanto isso, o cidadão perde diariamente horas da vida pessoal e profissional, preso a um trânsito interminável, que se concentra sempre nos mesmos locais e nos mesmos horários.

Precisamos cobrar da Prefeitura a correta execução do Plano Diretor da cidade.

Uma melhor fiscalização do trânsito, um aumento e recuperação da malha viária e uma completa revisão do sistema de transporte público da cidade, idem.

Só assim garantiremos que nosso crescimento econômico e nossa qualidade de vida não sejam solapados por este estúpido e lamentável entrave urbano, fruto de má fé ou da mais pura incompetência administrativa e política. É fato que estamos falando de problemas que não são um mérito exclusivo da atual gestão municipal.

No entanto, é preciso reconhecer que, em tempos de guerra, não se pode parar de lutar.

E parar é o hoje o maior risco que corre o cidadão do Recife.