Foto: Andre Dusek/ Agência Estado Leandro Colon e Luiz Alberto Weber, do Estadão O Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), vinculado ao Ministério da Fazenda, enviou relatório à Polícia Federal comunicando que a empresa Projeto, do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, fez uma operação financeira suspeita na compra de um imóvel de uma empresa que estava sob investigação policial.

A manifestação do Coaf ocorreu há cerca de seis meses, depois de o órgão ser informado do episódio pelo banco que intermediou a transação financeira.

Fontes do Ministério da Fazenda em São Paulo revelaram ao Estado que o comunicado do Coaf à PF se enquadra no tipo de “movimentação atípica”, “operação suspeita”.

Funciona da seguinte maneira: os bancos informam ao Coaf sobre transações financeiras fora do padrão.

Em cima dessas informações, o órgão da Fazenda repassa à PF e ao Ministério Público relatórios quando uma empresa ou uma pessoa sob investigação aparece nos comunicados dos bancos.

No caso de Palocci, o nome da Projeto surge nas transações atípicas envolvendo uma empresa que está sob investigação pela Polícia Federal.

No ano passado, a empresa do ministro adquiriu dois imóveis em São Paulo: um apartamento luxuoso de R$ 6,6 milhões e um escritório avaliado em R$ 882 mil.

O Coaf não tem poder de investigação.

Cabe à Polícia Federal apurar se há ou não irregularidades na transação financeira entre a empresa do ministro da Casa Civil e a que está sob investigação.

Na última terça-feira, o PSDB chegou a pedir ao Coaf informações sobre a empresa de Palocci.

O órgão, no entanto, ainda não se manifestou sobre o pedido.

E não deve fazer isso publicamente, por se tratar de dados sigilosos.

Em 2006, Palocci abriu a Projeto Consultoria Financeira Econômica Ltda, que atuou até 2010, enquanto ele era deputado, no ramo de consultorias para empresas privadas.

O petista se nega a revelar seus clientes.

Em dezembro, pouco antes de virar ministro, Palocci alterou o nome da empresa para Projeto Administração de Imóveis e o objeto social para o de administração imobiliária.

Os dois imóveis comprados são administrados por sua empresa.

Procurado ontem pelo Estado, Palocci informou, por meio de sua assessoria, que desconhece o episódio.

Disse que não foi informado do envio do relatório do Coaf à PF.

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