Do G1 Quatro anos e dois meses depois de ter sido preso no Rio de Janeiro, o ex-ativista de esquerda Cesare Battisti tem a esperança de ser libertado, de acordo com o deputado federal Domingos Dutra (PT-MA), que esteve com o italiano na tarde desta terça-feira (17), no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. “Ele está agitado, nervoso, mas senti nele mais esperança do que quando estive lá há cerca de 2 anos.

Apesar do nervosismo, ele está com aspecto físico melhor”, afirmou o deputado.

Condenado à prisão perpétua pela Justiça italiana por ter supostamente participado de quatro assassinatos na década de 70, Battisti está preso no Brasil desde 18 de março de 2007.

Dutra, outros três parlamentares e quatro ativistas de um grupo de defesa da liberdade do italiano passaram cerca de 20 minutos com Battisti.

A lista dos que pediram autorização ao gabinete do relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, tinha inicialmente 27 nomes, entre deputados, senadores e apoiadores de Battisti.

A lista foi reduzida a pedido da defesa de Battisti que, segundo o deputado Domingos Dutra, busca “evitar incidentes”.

Por isso, também há restrição a entrevistas.

No encontro, de acordo com relato do deputado, o ex-ativista italiano falou sobre a solidão da cadeia, a falta de dinheiro e a dificuldade de contato com o mundo fora da prisão.

Segundo Dutra, o grupo não precisou passar pela revista usual do presídio, mas esses “constrangimentos” tem sido um problema para o italiano. “Ele [Battisti] falou que tem dificuldade de receber visitas por causa dos constrangimentos previstos pela segurança da cadeia.

Comentou também que está sem dinheiro para pagar ligações telefônicas, principalmente as internacionais.

As visitas de entidades e militantes precisam ser autorizadas pelo STF.

Ele fica na solidão. É através das visitas que ele tem acesso a jornais, livros.”, contou o deputado.