Jairo Lima, Membro da Academia Cabense de Letras A Prefeitura do Cabo parece estar mesmo decidida a acabar com a Festa da Lavadeira.

Após uma grande pressão de vários grupos da cultura popular do nosso Estado, da renegociação com o Ministério Público e do posicionamento final do governador Eduardo Campos, decidindo por apoiar a realização da Festa da Lavadeira este ano, chegando a dar apoio financeiro, o prefeito Lula Cabral enviou para a Câmara de Vereadores um anteprojeto alterando uma outra Lei, de número 2015/2002, simplesmente revogando todo e qualquer apoio institucional à festa, que transformou-se no maior evento da cultura popular do Nordeste e que também, por acontecer no dia 1º de Maio, era considerada como a festa dos trabalhadores em nosso litoral.

Lamentamos profundamente esse desrespeito e atitude que também deve ser classificada como perseguidora das nossas mais autênticas manifestações.

Num momento de aculturação em que o Cabo de Santo Agostinho se encontra, necessitando cada vez mais da afirmação da nossa identidade cultural, a gestão do Cabo dá um exemplo lamentável de insensibilidade e de abertura aos eventos de massa em detrimento das nossas raízes.

O Festival da Juventude, realizado as margens da PE 60, teve orçamento de mais de R$ 3 milhões, só o cachê de Ivete Sangalo foi R$ 490.000,00 (quatrocentos e noventa mil reais), demonstrando assim uma postura elitista e até preconceituosa, pois enquanto o Gestor Municipal nega os mais elementares serviços básicos para que a Festa da Lavadeira continue, rios de dinheiro são derramados em três dias de festa, que em nada constrói ou contribui para que de fato nossa cidade consiga enfim alcançar o desenvolvimento sustentável.