Do G1, em Brasília A notícia de que o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, teve o patrimônio aumentado em 20 vezes entre 2006 e 2010, quando era deputado federal, é tema da reunião desta segunda-feira (16) da Comissão de Ética Pública da Presidência. “Estamos discutindo o assunto”, disse o ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Gomes de Barros, um dos sete conselheiros da Comissão de Ética, A reunião, que estava agendada antes da notícia sobre o patrimônio de Palocci vir à tona, começou às 10h e deve terminar por volta das 16h.
De acordo com o jornal “Folha de S.Paulo”, Palocci comprou um apartamento de luxo nos Jardins, em São Paulo, por R$ 6,6 milhões, que foi registrado em nome da empresa dele em novembro de 2010.
Ainda segundo o jornal, um ano antes, Palocci comprou um escritório na cidade por R$ 882 mil.
O imóvel, segundo a reportagem, também foi registrado em nome de uma empresa na qual Palocci possui 99,9% do capital.
Em 2006, quando se elegeu deputado federal, Antônio Palocci declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 375 mil, em valores corrigidos pela inflação.
Nos quatro anos como deputado, ele recebeu um pouco menos de um R$ 1 milhão em salários.
Valor abaixo do preço pago pelo escritório e pelo apartamento de quatro suítes, de acordo com a reportagem.
Segundo o jornal, a empresa foi criada como consultoria em 2006 e virou administradora de imóveis dois dias antes de Palocci ser nomeado ministro-chefe da Casa Civil pela presidente Dilma Rousseff.
A assessoria do ministro da Casa Civil divulgou uma nota sobre a reportagem, dizendo que a evolução patrimonial de Antonio Palocci como pessoa física, consta de sua declaração de renda.
O texto esclarece que as atividades da empresa eram de consultoria econômico-financeira e foram encerradas em dezembro por força da função ministerial a que Palocci se dedica hoje.
E que o objeto social foi alterado, respeitando o código de ética pública, para evitar conflito de interesse com o exercício do cargo de ministro.
Por isso, diz a nota, a empresa passou a ter como única finalidade a administração dos dois imóveis do ministro em São Paulo.
Antes, a empresa, diz a nota, prestou serviços para clientes da iniciativa privada, tendo recolhido todos os tributos devidos sobre a remuneração recebida.
E que o patrimônio acumulado pela empresa foi fruto de suas atividades sendo compatível com as receitas realizadas.
A nota informa ainda que as atividades da empresa, as alterações de seu contrato social e as medidas tomadas para prevenir conflito de interesses foram registradas junto à Comissão de Ética Pública da Presidência da República quando da posse do ministro.
A nota da Casa Civil acrescentou que todas as informações fiscais e contábeis da empresa são regularmente enviadas à Receita Federal e que Palocci não mora no apartamento citado na reportagem.