Por Sérgio Montenegro Filho, do Jornal do Commercio O Democratas (DEM) de Pernambuco faz nesta segunda-feira (16) a primeira reunião da executiva estadual do partido após o “terremoto” que abalou suas bases por todo o País.
Na pauta, vários temas que têm gerado preocupação entre lideranças locais da legenda, sobretudo com a perda de quadros para o recém-criado Partido Social Democrático (PSD) e o consequente enfraquecimento para a disputa eleitoral de 2012.
Outros temas, no entanto, serão abordados pelo presidente estadual do DEM, deputado federal Mendonça Filho, na reunião.
Um deles - que diz respeito diretamente à sobrevivência do partido no Brasil - são as duas teses em discussão no plano nacional.
A primeira delas, que vem gerando polêmica nas bases das duas siglas, propõe a fusão do DEM com o PSDB, transformando os dois aliados em uma legenda.
A outra proposta, mais branda, sugere uma “aliança compulsória” entre os dois partidos, que passariam a atuar de forma mais coordenada do que já fazem. “As duas teses têm sido cogitadas e dividem opiniões.
O que é indiscutível é a nossa grande afinidade com o PSDB em nível nacional, onde ambos fazemos oposição”, afirma Mendonça Filho.
Porém, de acordo com o presidente estadual do DEM, qualquer conversa com a cúpula nacional tucana só acontecerá após a convenção nacional do PSDB, prevista para o final de maio, quando o partido escolherá seus novos dirigentes.
Ao contrário do que acontece no cenário nacional, em Pernambuco o DEM e o PSDB já não se dão tão bem quanto na época em que partilhavam o palanque da União por Pernambuco.
Desavenças entre o próprio Mendonça Filho e o deputado federal tucano Sérgio Guerra geraram um distanciamento entre as legendas.
Mas segundo o presidente do DEM, essas questões não serão empecilho para uma fusão ou aliança compulsória. “Não faço política misturada a problemas pessoais ou idiossincrasias.
Votei em Sérgio para senador (2002) e ele votou em mim para governador (2006).
Tivemos desentendimentos, não rompimentos.
Estamos no mesmo campo de atuação em Brasília, e, em Pernambuco, não há nenhum fosso entre os partidos”, garante.
Líder do DEM na Assembleia Legislativa, o deputado Tony Gel é um dos que admitem a preocupação com o atual cenário.
Segundo ele, em Pernambuco o DEM funciona com grande sintonia. “Mas nacionalmente o partido sofre um esvaziamento preocupante”, alerta o deputado, que só pretende aprofundar qualquer análise após ouvir os “mais experientes” do partido.
Mas assegura que jamais pensou em deixar a legenda, mesmo diante das adversidades. “Vamos voltar a crescer.
Perdemos musculatura, mas o espírito está muito forte”, brinca.
Assim como Tony Gel, os três vereadores do DEM no Recife, Priscila Krause, Romildo Gomes e Marcos Menezes, que tentarão renovar o mandato no próximo ano, se enchem de expectativas quanto ao que será discutido amanhã. “Conforme seja o processo, eu tomarei minhas decisões”, afirma Romildo Gomes, segundo vereador mais antigo em atividade no Recife, cumprindo seu oitavo mandato.
Ele nega que pense em deixar o DEM, e lembra que jamais mudou de partido. “O partido é que mudou de sigla.
Estou lá desde a Arena.
Mas esse esvaziamento é preocupante.
Tem muita gente grande indo para o PSD”, adverte.