Por Waldemar Borges, especial para o Blog de Jamildo Há exatamente uma década, os brasileiros contam com a chamada Lei do Sangue, que veio organizar as bases pelas quais a hemoterapia nacional vem se pautando.

Aqui em Pernambuco, a Fundação Hemope, criada em 25 de novembro de 1977, passou por uma série de adaptações.

Atuou, e continua atuando, nas áreas de hematologia, hemoterapia, produção de hemoderivados como uma gigante.

Trata-se de uma organização vinculada à Secretaria Estadual de Saúde, com perfil assistencial, mas também estreitamente vinculada ao ensino e à pesquisa.

Ao longo de sua existência, o HEMOPE vem atendendo às necessidades da população, sobretudo no que concerne ao diagnóstico e tratamento de doenças do sangue, na produção de derivados do plasma e nas transfusões sanguíneas.

Hoje, com aproximadamente 1.300 servidores, o HEMOPE coleta em média 132 mil bolsas de sangue por ano. É a única instituição pública do País a produzir hemoderivados.

A Fundação controla diversas unidades na capital e no Interior, a exemplo dos Hemocentros de Palmares, Caruaru, Garanhuns, Arcoverde, Salgueiro, Petrolina, Ouricuri e Serra Talhada.

No ano passado, o Hemope ganhou uma nova Unidade Móvel de Coleta, com capacidade para realizar 80 coletas dia, um investimento orçado em aproximadamente 800 mil reais, o qual contou com recursos do Governo Federal, em convênio com o Japão, e do Governo do Estado de Pernambuco.

Como acontece em todos os setores que dependem da solidariedade e dedicação, que nascem da confiança e do amadurecimento da consciência coletiva, o Hemope precisa manter em equilíbrio constante e em alerta permanente suas campanhas de coleta e doação de sangue.

Não é diferente de outras partes do mundo.

Os países, por exemplo, que sofrem com as intempéries da natureza, a exemplo dos que têm enfrentado frequentes abalos sísmicos, vivem permanentemente às voltas com o problema da oferta de sangue.

Pernambuco está atravessando um momento que exige atenção redobrada.

A ocorrência de chuvas em níveis muitas vezes maiores do que os historicamente observados, traz preocupação a todos, sobretudo às parcelas da população que ocupam áreas ribeirinhas.

Neste momento, o Governo, através de diversas intervenções, volta sua atenção para o socorro diuturno aos atingidos pela catástrofe.

Não por acaso, é também nesse período que o estoque de sangue baixa consideravelmente.

E isso ocorre tanto em função da elevação da demanda, quanto por conta da diminuição da oferta (dos cerca de 350 doadores dia que normalmente fluem em período normal, a última semana registrou apenas 150 doações).

Temos condições de reequilibrar esses números.

Para tanto, precisamos nesse momento do apoio e da compreensão de todos.

Gente como eu, que ainda não tinha despertado para a gravidade desse assunto, precisa romper a inércia e praticar esse gesto de solidariedade.

Assim, o estoque voltará ao normal e todos teremos contribuído para que a chama da vida continue acesa em muitos conterrâneos, que hoje se encontram ameaçados pela falta de sangue.

Waldemar Borges é deputado e líder do Governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco