Carta Guardas Municipais A Associação dos Guardas Municipais do Recife acaba de divulgar uma carta à população demonstrando profunda irritação com o Jornal do Commercio, por matérias relacionadas ao trânsito caótico do Recife.
O título é uma pérola.
Ignorância que vira notícia.
Acusa repórteres do jornal de fazerem uma “caça às bruxas” contra a gestão João da Costa usando a CTTU como instrumento de guerra.
O documento, com 5 mil cópias, será distribuído à população nos sinais neste final de semana, e também no jogo entre Santa Cruz e Sport.
Além de uma série de erros de português, a nota traz apenas uma informação útil para o cidadão do Recife.
A revelação de que a guarda municipal é a única no Brasil a fazer escolta de autoridades políticas internacionais.
Agora estamos todos orgulhosos da nossa guarda municipal!
Vocês, não?
Leia abaixo a íntegra do documento: “Carta à população ASSOCIAÇÃO DOS GUARDAS MUNICIPAIS DO RECIFE - Recife, maio de 2011 Ignorância que vira notícia As incansáveis matérias publicas (sic) pelo Jornal do Commercio e Sistema JCPM sobre o trânsito do Recife têm revelado ao mundo uma forma partidária de se fazer jornalismo.
Dizemos partidária para não adjetivá-la de irresponsável e parcial.
O que o JC e todos os seus canais de comunicação (rádio, tv e web) tem (sic) tentado fazer é uma verdadeira “caça às bruxas” à gestão da Prefeitura do Recife, utilizando a Guarda Municipal do Recife (GMR) e a CTTU como alvo de bombardeio.
Por tabela, estão esquecendo de olhar para os bons profissionais da instituição que prestam serviço público no sentido literal da palavra.
Desde sua municipalização, em 2002, a GMR é alvo de acusações e dúvidas porque assumiu o lugar que era da Polícia Militar, por meio do Batalhão de Trânsito (BPtran).
Enquanto o JC se preocupa em só apontar falhas no serviço prestado, a Guarda Municipal se destaca como sendo a única do país a realizar a escolta presidencial e de autoridades politicas (sic) internacionais.
Ao que parece, há quem não “digeriu” a municipalização e a atuação da Guarda no trânsito.
Essa insatisfação subjetiva tem ganhado conotações públicas.
Exemplo disso é a matéria assinada por Roberta Soares, repórter do Jornal do Commercio.
No ultimo (sic) dia 14 de abril, a jornalista publicou: “Bptran socorre CTTU e continuará nas ruas do Recife”.
Ingenuamente, é citado que “os policiais têm prática na organização do trânsito e postura de agentes da lei.
Resolvem os problemas de circulação com mais rapidez e eficiência que os agentes da CTTU.
Até porque são PMs e têm armas na cintura, o que impõe mais respeito aos motoristas.” Ora, será que arma impõe respeito de fato?
Dizer que a Polícia Militar no trânsito é uma boa opção por andar armada é desconhecer o Estatuto do Desarmamento que permite que a Guarda Municipal também municie os seus agentes.
Tratar do problema da mobilidade urbana, com um quantitativo de veículos que cresce assustadoramente e os espaços que são inversamente reduzidos, como um caso a ser resolvido com “arma na cintura” é, no mínimo, desconhecer do assunto.
A problemática do trânsito e da mobilidade nos grandes centros urbanos brasileiro (sic) precisa ser denunciada pelos veículos de comunicação com responsabilidade e ações propositivas.
Nós da Associação dos Guardas Municipais do Recife (AGIS) vimos (sic) a público para dizer que repudiamos o jornalismo leviano e amador.
Jornalismo que carece de informações checadas, de dados, estatísticas e pesquisas, não merece credibilidade.
Também foi publicado pelo jornal que os guardas patrimoniais assumiram sem possuir curso de trânsito.
Mais um equivoco (sic).
Na última semana, a GMR disponibilizou 70 novos agentes que foram capacitados para atuarem no trânsito.
Jornalismo sério se faz trazendo opinião de especialistas, modelos adotados por outros centros urbanos, como o escolhido pela cidade de Curitiba que é prova de que um trânsito seguro e eficiente é responsabilidade conjunta.
A capital paranaense criou em 1997 o programa Cidadão em Trânsito.
Esse programa é basicamente formado pela engenharia de tráfego, fiscalização e educação para o Trânsito, e em 2002, apenas 5 anos depois da criação do programa, Curitiba foi apontada como a capital brasileira com menor índice de mortes no trânsito.
Esse fator torna-se mais importante quando descobrimos que nesse mesmo período a frota em Curitiba aumentou 27,52%, ou seja, diminuíram os acidentes mesmo com um aumento considerável da frota.
Estamos abertos às novas perspectivas.
Por um trânsito mais harmonioso e ações conscientizadoras dos direitos de (sic) deveres do cidadão.
Não basta levantar a bandeira de um modelo adotado anteriormente em que o cidadão não tinha voz e que era tratado com o mesmo equívoco que a repórter escreve sua matéria - com a arma na cintura.
Vimos (sic) a público perguntar, a você, cidadão: É de arma na cintura que você precisa pra se livrar do engarrafamento? É com arma que tornaremos o trânsito mais rápido e seguro? - Cuidado com o que você ler (sic).”