Por Antonio Moraes Em 2011 as chuvas castigaram diversas regiões brasileiras.
Logo no primeiro mês do ano, a região serrana do Rio de Janeiro sofreu muito com os temporais.
Poucos dias após tomar posse, a presidenta Dilma estava lá.
Sobrevoou a região afetada, visitou áreas atingidas, consolou moradores e prontamente anunciou recursos para o Estado.
Há poucos dias, fortes chuvas voltaram a acontecer em Pernambuco, apenas onze meses após uma das maiores enchentes da história do Estado.
Diversos municípios decretaram estado de calamidade e mais de 14 mil pessoas tiveram que deixar suas casas, segundo registros da imprensa.
A presidenta Dilma não esteve aqui, como fez seu antecessor o Lula que não só viu o drama dos municípios pernambucanos e alagoanos em 2010 como anunciou a liberação de R$ 275 milhões para cada estado.
Longe de achar que a presença do Estado se dá apenas pela presença física de seu governante, o que seria impossível e inviável num país tão grande feito o nosso, não se pode negar é que o povo espera de quem comanda seus destinos presença em tempos difíceis.
Pernambuco esperou Dilma que veio tantas vezes ao Estado durante a campanha eleitoral, até para desfile de bloco de carnaval.
Mas ao contrário da candidata de ontem, a presidenta de hoje não veio.
Não viu de perto o drama de pessoas que menos de um ano depois de uma tragédia enfrentam outra, pelo mesmo motivo e sem ainda uma solução definitiva dada pelo poder público.
Onde estão aplicados os recursos liberados por Lula?
A população deseja não só ações emergenciais, mas alternativas que evitem as tragédias repetidas em cada nova enchente.
A solução para que novas enchentes não voltem a acontecer é a construção de barragens, anunciadas pelo governador após um telefonema da presidente.
O governo federal garantiu a liberação de cerca de R$ 320 milhões para a construção das barragens, o que equivale a 50% do custo das obras e da desapropriação.
Pernambuco vai entrar com a outra metade.
A solidariedade da presidenta expressa não por ela, mas pelo governador à imprensa, esconde na verdade um alto repasse para o Estado, sobretudo quando se leva em conta que a contrapartida de obras executadas pelo governo federal é de 10%.
Como afirmou o deputado Tony Gel, em pronunciamento esta semana na Alepe, se o Estado precisa pedir empréstimo para honrar as contrapartidas, como é que vamos conseguir recursos da ordem de R$ 320 milhões, quantia que corresponde aos 50% exigidos pelo governo federal para construir as cinco barragens, orçadas em R$ 600 milhões?
Pernambuco precisa muito mais do que solidariedade expressa num telefonema e anunciada pelo governador.
Pernambuco espera pelo menos a mesma atenção que a então candidata Dilma Roussef tinha para o estado e Nordeste que lhe deram uma expressiva votação.
Quem sabe se isso voltar a acontecer, a presidente acabe sendo um pouco mais atenta aos problemas da região, como a candidata parecia ser.
PS: Antonio Moraes é líder da Oposição