Elder Ogliari, do Estadão O ex-governador de São Paulo e candidato à presidência da República derrotado em 2010 José Serra (PSDB) disse que o governo de Dilma Rousseff (PT) recebeu uma “herança maldita” do seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em entrevista nesta quarta-feira, 10, na sede da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul), em Porto Alegre, Serra afirmou ainda que Dilma tem se mostrado “hesitante” no comando do governo federal. “Inflação, desindustrialização, um atraso monumental nas obras de infra-estrutura, e ao mesmo tempo questões que ficam pendentes, como, no caso da saúde ou das drogas, onde inclusive se abriram mais as fronteiras para o contrabando de drogas e armas”, enumerou o tucano, referindo-se aos problemas que Lula teria deixado e Dilma ainda não teria resolvido.
Em um discurso contrário ao Palácio do Planalto, Serra reiterou que a oposição não tem a responsabilidade de governar, mas de “apontar problemas e exigir que se cumpram as coisas que haviam sido ditas antes”.
Admitiu, no entanto, que a oposição está “engatinhando” nas suas tarefas de fiscalizar, cobrar e sugerir.
Ao mesmo tempo, Serra evitou comentar a análise do ex-presidente do DEM, Jorge Bornhausen, de que “há um vácuo de liderança na oposição”, exposta em entrevista publicada pelo Estado nesta quarta. “Você não decide ‘vamos ter um líder’ e elege um líder, isso só acontece na prática”, afirmou, diante da insistência dos jornalistas.
Serra também não quis comentar seus projetos eleitorais.
Chegou a dizer “não” ao ser perguntado se poderá concorrer à prefeitura de São Paulo ou à presidência novamente.
Questionado se a chance de concorrer à presidente estaria eliminada, Serra respondeu em tom de brincadeira. “Eu não estou eliminando e nem incluindo nada.
Só espero que não ponham [nas matérias] ‘Serra não descarta se candidatar’”, respondeu, rindo.
Durante sua viagem a Porto Alegre, Serra falou sobre reforma política para empresários e, a convite, também fez uma breve visita ao governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), no Palácio Piratini.