Em entrevista concedida nesta quinta-feira (12) ao programa Super Manhã, apresentado por Geraldo Freire, na Rádio Jornal, o senador Armando Monteiro (PTB) reafirma que continua na base de apoio da Prefeitura do Recife e que o PTB não quer tensionar a relação com o PT estadual.
Armando também faz um balanço de sua atuação no Senado e diz que este não é o momento para se discutir a criação de novos estados no Brasil.
Veja abaixo o que Armando afirmou: Sobre as declarações de Silvio Costa Filho Armando Monteiro: “No PTB os companheiros se expressam com liberdade.
Não nos cabe aqui censurá-los, nem proibi-los de se manifestar.
Naturalmente, o deputado expressou uma posição dele, uma avaliação que ele fez enquanto político, enquanto homem público.
Mas a questão de uma eventual candidatura de Silvio Costa Filho (à prefeitura do Recife) no próximo pleito não está colocada, nem por ele nem pelo partido.
Não há este projeto de candidatura de Silvio Costa Filho nas eleições de 2012.
Agora, a avaliação que ele fez da posição do prefeito atual, do desempenho da administração municipal, e até mesmo algumas considerações natureza política, sobre a postura do partido do prefeito, eu acho que ele pode fazer, ainda que eu possa eventualmente não concordar com tudo o que ele disse, mas ele tem o direito de poder fazer isso”.
O PTB é aliado da gestão João da Costa?
Armando Monteiro: “O PTB não saiu da base de apoio do prefeito João da Costa.
Nós estamos na Câmara Municipal apoiando a gestão.
Agora, saímos do governo.
Isto é outra coisa.
Ou seja, nós não estamos participando diretamente da gestão, mas estamos dando sustentação política lá na Câmara Municipal do Recife.
Agora, eu acho que um companheiro pode expressar uma crítica, algumas avaliações, que de resto outras pessoas da classe política de Pernambuco, vinculadas até a partidos da base também, já fizeram.
Então eu acho que isto é natural, é legítimo.
Nós não queremos de forma nenhuma tensionar esta relação com os companheiros aqui do PT.
Não é este o nosso propósito.
Mas evidentemente nós podemos e devemos muitas vezes apresentar de forma leal uma avaliação que pode ser às vezes críticas, mas evidentemente que está sendo feita com o melhor propósito”.
O trabalho no Senado Armando Monteiro: “O Senado vem cumprindo, nesta atual legislatura, o seu papel.
Tem votado matérias importantes, as comissões onde me situo, por exemplo, têm trabalhado muito, a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), a CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania).
Ontem mesmo aprovamos uma matéria da maior importância, que muda o rito de tramitação das medidas provisórias, o que significa dizer que estamos fortalecendo o Poder Legislativo, que na estrutura atual fica muito a reboque do Executivo, quando dispõe de prazos muito exíguos para apreciar as medidas provisórias.
Tem se realizado lá um debate sobre questões importantes.
Ontem mesmo, por exemplo, houve um debate e a votação da renovação do tratado de Itaipu.
Então acho que o senado vem cumprindo o seu papel. É claro que pode fazer mais.
Nós estamos neste momento discutindo novamente o tema da reforma tributária.
Eu particularmente estou integrado a oito frentes parlamentares, tive a oportunidade de ser relator de 14 projetos aqui no Senado, em diferentes Comissões, apresentei vários requerimentos de audiências públicas e sou autor de dois projetos que já encaminhei nesta legislatura.
Temos procurado aqui desempenhar o nosso papel, mas é evidente que podemos e devemos sempre fazer mais”.
Projetos para a criação de novos Estados brasileiros Armando Monteiro: “Avançaram na Câmara os projetos da divisão territorial do Pará.
O Pará é um Estado imenso, que tem regiões que ficam efetivamente muito distantes da base administrativa do Estado, e que tem realidades distintas, na economia, na geografia.
E aí há um projeto que realmente caminhou para criar o Estado do Tapajós.
Eu acho apenas que neste momento nós temos uma conjuntura de dificuldades, de cortes no Orçamento Público.
Você sabe que a criação de novos estados implica em despesas novas.
São novas estruturas de governo, Poder Legislativo.
Então não me parece que isto seja uma prioridade agora.
Mas eu reconheço que há estados, como o do Pará, que evidentemente precisa de uma divisão territorial”.