Gerson Camarotti, em O Globo O Palácio do Planalto já identificou de onde parte, dentro do PT, o forte tiroteio para desestabilizar a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e está agindo para tentar neutralizar o ataque.

No núcleo do governo, há o reconhecimento de que a situação é delicada, que a ministra apresenta um desempenho fraco e que não sai da agenda negativa.

Ainda assim, a disposição da presidente Dilma Rousseff é mantê-la no cargo e evitar o sucesso do fogo amigo.

A presidente considera que os fatos levantados até agora não justificam a demissão.

A saída de Ana seria uma sinalização que Dilma errou na escolha do substituto do ex-ministro Juca Ferreira.

Por isso, a tendência seria tirar Ana em uma reforma ministerial ampla, o que deverá acontecer no fim do ano. - É preciso ter postura mais firme da área política do governo para identificar quem está fazendo o fogo amigo e parar com isso - alertou o líder do PT, senador Humberto Costa (PE).

O tiroteio virtual contra Ana de tem irritado o Planalto.

No Twitter, petistas promovem ataques públicos, entre eles Marcelo Branco, ex-integrante da coordenação de campanha de Dilma, o ator José de Abreu e o deputado André Vargas (PR), secretário de Comunicação do PT.

O governo também identificou uma forte mobilização do grupo do ex-ministro Juca Ferreira, além do sociólogo Emir Sader, que chamou a ministra de “meio autista” e teve sua nomeação para o comando da Casa de Rui Barbosa cancelada. - Está na hora de a ministra fazer mais política e mostrar sintonia com o governo.

Esse é um governo de continuísmo.

A ministra não pode desmobilizar completamente tudo o que foi feito no governo Lula.

Não queremos o cargo.

Queremos uma política coerente de continuidade - disse André Vargas. - A Ana de Hollanda colocou essa crise do Ecad no colo do governo Dilma.

O que há na Cultura é um retrocesso.

A ministra negou a política cultural do ex-presidente Lula. É uma traição à militância petista e ao eleitorado - criticou José de Abreu, militante petista.