Giovanni Sandes, do Jornal do Commercio “Banheiro… É, Banheiro mesmo.
O bairro é Arthur Lundgren, mas aqui se chama Banheiro do Soldado”, ensina a dona de casa Maria do Socorro, 59 anos.
Ela se queixa à reportagem de mais um ano de alagamentos no Banheiro do Soldado, em Paulista.
Outros se aproximam e tumultuam a conversa.
Maria se destaca dos demais, com palavras duras em tom sereno, cansado: “Absurdo.
Uma vergonha.
Cadê a prefeitura?” O município afirma estar esperando do governo federal dinheiro para tirar do papel o Águas de Paulista, de R$ 68,2 milhões, contra alagamentos.
Mas os dados oficiais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) mostram a obra já em curso, com R$ 47,8 milhões gastos.
Um programa que teria destravado o País foi o grande palanque eleitoral da presidente Dilma Rousseff.
Porém, a maquiagem do PAC, inflado por números errados e cheio de obras por fazer, derrete na chuva.
Para o cidadão sobram a água e a lama.
OS DADOS Depois de iniciadas as chuvas fortes no Estado, o JC listou, analisou e visitou obras de drenagem previstas no PAC em Pernambuco.
O pacote soma R$ 219,8 milhões em 11 projetos diretamente ligados ao escoamento do excesso de água das chuvas.
Pouquíssima coisa saiu do papel.
Para inflar o andamento do programa, o governo federal distorceu informações, apresentadas no último balanço na gestão Luiz Inácio Lula da Silva, em dezembro passado.
Grande bandeira política da presidente Dilma, o programa virou até apelido dela, a “mãe do PAC”.