Por Waldemar Borges, especial para o Blog de Jamildo Uma série de boatos assustou a população pernambucana esta semana.
O elevado volume de chuvas (aproximadamente quatro vezes maior que a média histórica do período) e a memória remota de inundações que penalizaram o Recife, contribuíram, com a “ajuda” das redes sociais, para a rápida difusão de notícias inverídicas, segundo as quais a capital estaria prestes a ser invadida pelas águas do Capibaribe.
Foi necessário um pronunciamento do Governador, colocando os pingos nos i’s, para estancar a boataria.
Dito aqui em rápidas palavras, mostrou-se à população que, mesmo no auge das chuvas, quando as comportas da barragem de Carpina foram abertas (o que, aliás, é procedimento rotineiro no inverno), ainda havia espaço para ser armazenado ali um volume d’água correspondente a uma Tapacurá.
E mais: que havia sido constituído um comitê de acompanhamento de clima e tempo, composto por especialistas de alta qualidade, para monitorar em tempo real a situação em todo o estado.
Através desse acompanhamento, o governo tem 15 horas para informar à população sobre qualquer evento climático mais rigoroso.
Mas sabemos que contribuiu ainda mais para aumentar o medo dos recifenses, as dramáticas imagens das cidades da Mata Sul, banhadas, principalmente, pela bacia do Una, e vitimadas, há menos de um ano, por outras inundações, cujas sequelas ainda estão sendo tratadas.
Daí a necessidade (e oportunidade) de divulgar as intervenções do Governo de Pernambuco naquela região.
No plano das questões mais emergenciais, o governo reconstruiu estradas vicinais, pontes, vias urbanas, enfim, restabeleceu o acesso a todos os municípios atingidos pela catástrofe de 2010.
Além disso, recuperou 44 sistemas de abastecimentos d’água; reconstruiu ou reformou 67 escolas estaduais e 229 municipais, bem como 18 Unidades de Saúde da Família.
Deflagrou os processos licitatórios para reformar ou reconstruir mais 227 escolas municipais e 27 estaduais e 18 USFs; construiu o novo Hospital Regional de Palmares, já na parte alta da cidade, e assinou contrato com a Caixa para a construção de mais de 12.000 casas, sendo que 8.050 delas já se encontram efetivamente sendo construídas. É longo, para ser relatado nesse espaço, o conjunto de ações de caráter mais emergencial que foram adotadas por um governo que praticamente mudou-se para a região buscando melhor interagir com as vitimas da enchente.
Poderia falar ainda das mais de 17.000 famílias cadastradas no auxílio moradia ou das 2.326 operações de crédito, articuladas pelo Governo do Estado.
Mas vamos tratar das intervenções mais estruturantes, aquelas capazes de proteger a região contra tragédias semelhantes no futuro.
A construção de uma barragem, solução definitiva apontada por todos, exige uma série de etapas que, necessariamente, têm que ser cumpridas antes mesmo de ser colocada a primeira pedra no seu paredão.
Estudos topográficos, geológicos, EIA/RIMA, licença ambiental, levantamento e negociação das famílias a serem removidas, e por ai vai.
Só os estudos técnicos propriamente ditos levam, em média, dois anos para serem realizados.
Pois bem, o atual governo vai construir cinco novas barragens, sendo uma delas, a de Serra Azul, a segunda maior do Estado.
Conseguiu realizar os estudos técnicos em seis meses e, graças à agilidade como age o Governador, em 2013 todas elas estarão prontas.
Somando o que será gasto com a Operação Reconstrução (R$1,1 bilhão), com o da construção das barragens (cerca de R$ 700 milhões), vamos bater perto dos 2 bilhões de reais direcionados para o enfrentamento da tragédia da Mata Sul.
O Governo Federal tem sido grande parceiro.
Entre outras ajudas, a presidenta Dilma Rousseff assumiu metade dos gastos com a construção das barragens.
Ou seja, da situação inercial encontrada, estamos construindo a solução estruturante para os que vivem sobressaltados a cada época chuvosa na Mata Sul de Pernambuco. * Waldemar Borges é deputado e líder do Governo na Assembléia Legislativa de Pernambuco