Foto: Andre Dusek, da Agência Estado Jotabê Medeiros, do Estadão Cresce a possibilidade concreta de a presidente Dilma Rousseff trocar a chefia do Ministério da Cultura.
Após 5 meses à frente da pasta, a ministra Ana de Hollanda dá sinais de esgotamento e isolamento - e fontes do governo dizem que a presidente está incomodada com a “paralisia” no setor cultural.
No Congresso Nacional, os deputados da base de apoio ao governo já pressionam fortemente para que seja tomada uma decisão que destrave o MinC - falando abertamente na demissão da ministra. “Uma pessoa não pode continuar no Ministério da Cultura para barrar uma política que já foi aprovada nas urnas. É isso que está em jogo.
Se não existisse uma política construída, poderíamos ter um grau de tolerância maior (em relação à ministra), mas se ela achar que não pode conduzir essa política, deve ser substituída.
Senão, pode acabar respingando na presidenta”, disse o deputado José Nazareno Cardeal Fonteles, do PT do Piauí.
Fonteles assinou o manifesto que circula na internet, subscrito até ontem por mais de 2 mil pessoas, e que pede mudança urgente nos rumos do MinC.
Nazareno integra a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.
Ontem, o deputado Alexandre Molon (PT-RJ) pediu uma audiência na Comissão de Educação e Cultura da Câmara para discutir as relações entre o MinC e o Ecad.
Os rumores sobre a queda de Ana de Hollanda tiveram o volume aumentado após revelações, pelo Estado e pelo jornal O Globo, de fraudes no Escritório Central de Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais (Ecad).
A ministra manifestou-se abertamente, repetidas vezes, contra a fiscalização no órgão.
O Globo chegou a divulgar emails de dirigentes do Ecad que se referem a uma certa “amiga do Ecad” no MinC.
Em Brasília, dois nomes já foram até cogitados publicamente para substituir Ana de Hollanda.
Ambos são seus secretários: Marta Porto e Sérgio Mamberti.
O primeiro surgiu no blog do jornalista Renato Rovai, que tem relações próximas no PT e edita a revista Forum. “Uma parte do setor petista que está no Ministério da Cultura tem conversado sobre o nome de Marta Porto, atual secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, para substituir a atual ministra Ana de Holanda”, escreveu Rovai. “Este blogue conversou com diferentes pessoas que foram consultadas sobre o que achavam da substituição.
A articulação passa pela sala do presidente da Funarte, Antonio Grassi, que teria se convencido de que não está valendo à pena sustentar Ana de Holanda no cargo.
Grassi, um dos principais articuladores do nome de Ana, discordou dela quando da retirada do Creative Commons do site do MinC, mas não levou o debate a público”, finaliza o texto.
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