Foto: Daniel Guedes/Acervo Pessoal MARCO ZERO Ainda há ferros retorcidos no local onde existiam as torres do WTC Por Daniel Guedes Se a madrugada foi de festa por conta da notícia da morte do terrorista Osama bin Laden, o restante desta segunda-feira (2) seguiu normalmente em Nova Iorque. É o que conta o mestrando pernambucano Wladimir Maracaba, 24 anos, que mora no bairro do Queens.

Maracaba diz que ficou sabendo da morte de Bin Laden pela televisão ainda na noite de domingo (1º) e hoje foi trabalhar normalmente na ilha de Manhattan. “As pessoas hoje de manhã foram para o trabalho e parecia que não tinha acontecido nada.

As celebrações foram mais ontem à noite, algumas na rua, inclusive, com bandeiras e tudo mais”, conta o pernambucano que já mora nos Estados Unidos há cerca de seis anos.

O mestrando ficou impressionado com a celebração dos americanos e classificou apenas como “simbólica” a morte do terrorista. “Ver as pessoas festejando na rua e gritando ‘USA!

USA!’ num estádio de baseball mostra o nacionalismo desmedido que o próprio 11 de setembro criou.

Festejar a morte de alguém é uma noção estranha, mesmo que seja de um inimigo.

Além disso, a morte de um só líder é simbólica, mas dificilmente é suficiente pra desmantelar uma organização supranacional com milhões de adeptos”, disse ao Blog de Jamildo.

O estudante espanhol Leonardo Muñoz, também de 24 anos, está fazendo intercâmbio em Nova Iorque e volta para casa, em Marbella, no sul da Espanha, na terça-feira (3).

Está tranquilo na cidade, mas teme encontrar o aeroporto JFK, superlotado.

Sua viagem já estava marcada, mas ele conta que há pessoas que querem voltar para casa com medo de uma revanche da Al Qaeda. » VEJA A COBERTURA COMPLETA SOBRE A MORTE DE OSAMA BIN LADEN NO NE10 “As pessoas estão um pouco preocupadas de estar nos Estados Unidos e ainda mais em Nova Iorque.

Sentem que eles (os terroristas) podem tentar atacar em resposta ao que aconteceu.

Uma amiga brasileira disse que sua família queria que ela voltasse, mas ela decidiu ficar”, contou Leonardo pela internet.

O jovem espanhol estava na casa de amigos quando soube da morte de Osama bin Laden, por volta da 0h20, horário do Recife. “Um amigo americano nos escreveu uma mensagem informando que Bin Laden estava morto.

Estavam todos chocados.

As pessoas não podiam acreditar, então começamos a usar nossos smartphones a procura de informações”, disse Leonardo à reportagem.

Apesar de não estar preocupado, o brasileiro Guilherme Pandini, 17 anos, disse que a morte do terrorista líder da Al Qaeda foi o assunto do dia na escola de inglês onde está fazendo intercâmbio, em Manhattan. “Muitos na minha escola comentavam sobre o medo de mais um ataque por causa do acontecimento”, contou o rapaz natural de Santos (SP).

O adolescente, que tinha apenas 7 anos quando aconteceram os ataques ao World Trade Center, disse se sentir aliviado com a morte de Bin Laden. “Eu estava no lobby do hotel, quando um amigo me abordou dizendo que haviam matado Osama bin Laden.

A notícia foi de grande impacto para mim, um grande alivio.

Só pude pensar na palavra ‘finalmente’”.