Por Antonio Moraes Lider da Oposição, especial para o blog O parto é um momento único para a mulher.

Para muitas, inesquecível pela emoção do nascimento de um filho, mas para milhares de mulheres que procuram um atendimento na rede pública em Pernambuco, as circunstâncias do parto são, infelizmente, uma triste lembrança.

Daquelas que é preferível esquecer.

Será que é digno, depois do parto uma mulher ficar três quatro horas, numa cadeira?

Lixo hospitalar e roupa suja dividindo o mesmo espaço com mães que esperam o nascimento do filho?

Essa é a realidade mostrada pela imprensa há poucos dias na Maternidade da Encruzilhada, administrada pela Universidade de Pernambuco- UPE .

Esse triste quadro, da falta de uma infraestrutura adequada, não é, infelizmente, uma característica apenas da Maternidade da Encruzilhada. É cenário encontrado na maioria das unidades de saúde pública no Recife, Região Metropolitana e no Interior do Estado.

Na Mata Norte, por exemplo, mulheres percorrem vários municípios, em diversas ocasiões, até em trabalho de parto, procurando uma unidade para dar a luz.

Isso é digno?

Sabemos que não. É preciso ir além.

Atento a essa realidade, juntamente com os deputados Daniel Coelho e Carlos Santana visitei o secretário de saúde do Estado que me informou que novas unidades deveriam estar sendo entregues este ano.

Não há mais tempo para esperar.

A solução não passa apenas pela construção de novas unidades mas também pela resolução eficiente da demanda atual, com a rede que hoje está disponível para o atendimento à população.

A Assembleia Legislativa não pode deixar de participar desta luta em defesa de mais dignidade no atendimento materno-infantil em Pernambuco.

Já sugeri, inclusive, uma visita da Comissão de Saúde às maternidades públicas para que fosse traçado um diagnóstico da situação para apurar, inclusive, como os hospitais estão aplicando os recursos que recebem do Estado e do Governo Federal. É preciso reunir prefeitos, representantes do Estado, da União, das entidades médicas, da sociedade civil em busca de respostas e alternativas.

O líder do Governo, o deputado Waldemar Borges, sugeriu a realização de um levantamento para ver a situação real de cada unidade.

Eu esperava que o governo já tivesse esse levantamento afinal não é de hoje que administra Pernambuco.

Se a rede está superlotada, se a demanda está bem superior à estrutura, se os recursos não estão sendo aplicados, a sociedade deve ter informações sobre o que de fato está sendo feito.

Esse governo comanda Pernambuco há cinco anos e já teve tempo o suficiente para saber o que precisa ser feito.